Autor: Eduardo Augusto Lourenço
O universo é a exteriorização dos pensamentos (luz) e sentimentos (calor) de “Deus”, o plasma divino, como o corpo físico que é construído a cada célula através da exteriorização dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, sendo uma maquete em miniatura do universo.
O homem carrega o germe do instinto animal, herdado pelos primórdios da humanidade. Luta para sufocar as más tendências através das reencarnações múltiplas, tentando sublimar o primitivismo que ainda impera nas entranhas da alma animalizada.
O planeta Terra, celeiro da vida, fábrica de “anjos”, ensina o espírito com as experiências vividas no globo terrestre a eliminar o instinto animal para a inteligência angelical, colocando em prática as leis que regem o universo em favor do nosso próximo.
O ser, agora, consciente do seu papel no mundo em que vive, através da luz que é refletida pela razão, exclusivamente, será sempre vítima das disposições dos moldes cerebrais (pensamento e sentimento), que dele fazem um homem à luz do amor ou um homem que age simplesmente, aos instintos, um santo ou um carrasco.
André Luiz no livro Evolução em Dois Mundos fala que “a célula individual personaliza-se na ameba, ser unicelular que reclama ambiente próprio e nutrição adequada para crescer e reproduzir-se, os bilhões de células que nos servem ao veículo de expressão, agora domesticadas, na sua quase totalidade em funções exclusivas, necessitam de substâncias especiais, água, oxigênio e canais de exoneração excretória para se multiplicarem no trabalho específico que nosso espírito lhes traça, encontrando, porém, esse clima, que lhes é indispensável, na estrutura aquosa de nossa constituição”.
Aquela afirmação do “Mestre” quando ele nos fala que nós “Somos Deuses”, nos esclarece que além de possuirmos todas as potencialidades mediúnicas já existentes em nossa essência, temos também, em nosso organismo, vidas minúsculas que dependem do nosso comando mental para viverem. São os microorganismos que constituem o nosso corpo físico, e estes, nos veem como “Deus”.
Recebem o comando das nossas ações, sendo estas toda a manifestação vital do nosso planeta íntimo. A mente é o repositório de forças elétricas de alto teor construtivo ou destrutivo.
Cada célula, por sua vez, é neutra, e são minúsculos motores, trabalhando ao nosso impulso mental, que se dão pelos nossos sentimentos e pensamentos, sendo estes, bons ou maus.
André Luiz diz no livro Os Mensageiros que “muitos irmãos que se encontram doentes do corpo físico com câncer, tuberculose, lepra, perdem a capacidade de governar as células em conflito, porque estas já se tornaram nocivas para o organismo debilitado, sendo fruto dos maus pensamentos, sentimentos e comportamentos com abusos e desregramentos cometidos ao longo da existência física”.
Por escolha do próprio indivíduo, através do livre-arbítrio nas decisões do cotidiano, produz pensamentos pessimistas e sentimentos negativistas viciosos por longo tempo. Cria em volta de si energias provenientes do próprio mundo íntimo, a exteriorizar no seu halo energético, identificando-se com outras criaturas através da lei da afinidade, envolvendo-se com companheiros que compartilham dos mesmos gostos, vícios e condicionamentos, criando doenças, neuroses e transtornos psicológicos de todas as ordens.
A corrente sanguínea transforma-se em veículo de células vorazes, que não encontram qualquer fortificação em nosso sistema imunológico.
Tornam-se invasores de corpos, despertando em nosso subconsciente, que é o porão de nossa individualidade, reservatório das nossas boas ou más tendências, outras doenças, alojadas em nosso corpo espiritual, micróbios tão prolíferos, quão terríveis.
As células rebeldes tomam conta do corpo físico, expulsando o espírito que já nem exerce controle parcial sobre estas, e, longe da disciplina de si mesmo, atende muito mais ao instinto que ao movimento da razão, sendo convidado a deixar o corpo físico (desencarnação).
Joanna de Ângelis comenta em seu livro Dias Gloriosos que “na grande maioria das pessoas enfermas, está presente o efeito de determinada conduta vivida anteriormente, na qual houve desistências dos referenciais da vida, mesmo que de forma inconsciente, como resultado de ocorrências que poderiam haver sido encaradas de maneira menos pessimista, menos autodestrutiva. É inevitável a sucessão de desaires, de frustrações, de desencantos existenciais porque a própria experiência humana é rica de manifestações dessa ordem”.
A atitude, porém, do indivíduo diante das dores, é que define o seu destino, mesmo quando venha a mudar de conduta emocional, não raro, às vezes, as lesões já desgastaram os órgãos físicos, na área da energia que elabora as moléculas.
Com o aparecimento dos males, o indivíduo se permitiu a emoção exagerada em sentimentos de ódio, mágoa, rancor e a falta do perdão.
Já não encontra vontade para viver pelo cansaço do próprio organismo, sente-se esgotado pela sucessão de tormentos e dores morais, permitindo-se ao desânimo.
As doenças que geramos em nossos corpos são de total responsabilidade nossa, adquirimos certos vírus ou bactérias por afinidades e compatibilidades com estes.
O instrumento físico necessita de cuidados e teremos que responder para a vida sobre os excessos que cometemos. Não só pela alimentação, mas por todos os atos de flagelo que praticamos com o nosso próximo e conosco.
O homem é aquilo que pensa, alimenta-se daquilo que vê e sente, fazendo do seu mundo interior um universo melhor ou pior, de acordo com as ondas mentais que ele joga para a psicosfera da Terra.
Enquanto o sofrimento para os que se acham vítimas das circunstâncias se constitui num martírio, numa desgraça, para outros, aqueles que se sustentam na fé religiosa racional, no gerenciamento das suas emoções, torna-se um aprendizado.
Sendo instrumento de enriquecimento, de sentimentos nobres, que estão ao alcance somente dos que se empenham na labuta dos patamares mais edificantes da libertação pessoal.
Entre esses vitoriosos sobre os próprios limites, a humanidade conhece os homens de bem, os altruístas, os santos, os cientistas, os artistas, os filósofos e os construtores do bem, do justo e do belo, que viveram nas diversas épocas da história.
Só há um único caminho a ser percorrido para ficarmos longe do infortúnio. Entrar na porta da renúncia dos nossos vícios morais, condicionamentos que criamos tantas vezes, na estrada da vida, fazer a reforma íntima, tão falada, em nossa doutrina espírita, exercitando-a continuamente, procurando conhecer a verdade atual. Despertando o reino dos céus nos corações. Libertando-nos do egoísmo que dilacera a alma, do orgulho ferino que destrói a verdadeira felicidade – que é a paz interior –, da vaidade que escraviza, do consumismo desenfreado – que é a personificação do materialismo –, e dos prazeres mundanos que são o ter, o poder e o prazer. Tiremos a venda da indiferença dos nossos olhos e procuremos ver a nossa verdadeira realidade espiritual.
Só com a evangelização dos nossos Espíritos endurecidos, teremos o refrigério balsâmico, que amolecerá a dureza dos nossos corações, e iremos entender o Mestre quando nos falava que o amor cobre multidões de pecados e será perdoado a quem muito amou.
Procuremos pôr em prática aquilo que temos de bom, assim, encontraremos a paz desejada e a tranquilidade dos nossos Espíritos, perante as verdades imorredouras que regem todo o universo.
O consolador – Ano 4 – N 193