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O Espiritismo não impõe, convida

Autora: Teresinha Olivier

Quando estudamos o Espiritismo com mais profundidade, procurando compreender melhor a essência dos seus ensinamentos, somos convidados, naturalmente, a analisar nosso comportamento, nossas ideias, nossos pensamentos e sentimentos mais íntimos.

Quando somos honestos conosco mesmos, percebemos quando não estamos pensando e agindo em harmonia com o que aprendemos na doutrina espírita. Percebemos que existem certas mudanças que precisamos fazer em nós, se quisermos realmente sermos coerentes com as verdades que iluminam a nossa mente.

Não é para isso mesmo que a doutrina espírita entrou em nossas vidas?

Com as claridades espirituais com que a doutrina nos beneficia, podemos sondar melhor o valor de cada um dos nossos atos, sondar a intimidade das nossas consciências para melhor nos conhecermos e para melhor sabermos o que continuar cultivando e melhorando em nós e o que precisamos rever, para dar um novo rumo em nosso modo de ser, de pensar e sentir.

Estudando e compreendendo melhor as leis divinas e como elas incidem sobre nossas vidas, vamos aprendendo, gradativamente, a harmonizar pensamentos, sentimentos e atitudes a essas leis perfeitas.

O Espiritismo nos convida a revermos a ideia que fazemos de Deus. No lugar do Deus vingativo, rancoroso, que julga e condena inexoravelmente, começamos a compreendê-lo como o Pai amoroso, infinitamente justo e bom, que nos ama e quer o nosso bem, que criou as leis de forma que nós mesmos conquistemos a perfeição, com nossos esforços, e como consequência, alcancemos a felicidade tão almejada. Um Deus que não castiga aquele que erra, mas o convida a levantar-se, a aprender com seu erro e a continuar sua caminhada rumo à perfeição.

Vamos percebendo que o importante não é apenas saber, mas nos SENTIR como espíritos imortais, reencarnados e em evolução; que erramos por sermos imperfeitos ainda; que, de encarnação em encarnação, vamos conquistando valores morais e espirituais cada vez mais elevados; como consequência, vamos entendendo que o nosso semelhante passa pelo mesmo processo, que erra por estar em aprendizado, em evolução e, com isso, aprendemos a perdoar, porque compreendemos.

O estudo sério nos convida também a darmos importância aos pensamentos. O pensamento produz uma energia poderosa que se manifesta na vida, irradiando e assimilando influências, criando afinidades benéficas ou perniciosas, dependendo das qualidades dos pensamentos emitidos. Esse entendimento nos leva a observar e analisar nosso mundo íntimo com mais cuidado.

Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos.

A doutrina nos esclarece que a evolução espiritual não é um processo individual e egoísta, que estamos juntos para evoluirmos juntos. Aquele que possui um pouco mais de entendimento, deve dar a mão ao que tem mais dificuldade, seja através de palavras, ou mais ainda, através do exemplo de vida. A evolução se dá pela cooperação, que significa aprender e colaborar com os que estão à nossa frente; trabalhar com os que compartilham da mesma condição evolutiva, construindo juntos o bem na Terra; amparar e esclarecer, com amor e dedicação, e principalmente humildade, os que estão alguns passos atrás.

Tudo isso muda o ponto de vista com que nos colocamos para apreciarmos a vida e avaliarmos a nossa condição dentro dela. Como o exemplo que Kardec nos apresenta, começamos a ver as coisas da vida de um ponto de vista mais elevado, do ponto de vista do espírito imortal, e não apenas através da visão limitada pela vida material. A nossa visão e entendimento dos desafios que nos cercam se ampliam, vemos mais longe, compreendemos com mais profundidade, a medida que nossa consciência se expande.

As leis divinas proporcionam aos seres uma longa série de existências, em cada uma das quais, trazendo suas conquistas e as fraquezas ainda não superadas, todos têm a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, adquirir novas forças, de refazer caminhos, de renovar as ideias, para finalmente alcançarem o verdadeiro entendimento sobre a justiça, amor e caridade.

Esse é o convite que o Espiritismo nos faz.

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