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O fim do mundo na visão do Espiritismo

Autor: Édo Mariani

A doutrina espírita ensina que Deus é a inteligência suprema do Universo e a causa primária de todas as coisas. Deus é eterno, não teve começo e não terá fim.

É imutável, porque sendo perfeito não há o que mudar. Deus é imaterial, único, onipotente, soberanamente, bom e justo.

Deus criou os mundos e os Espíritos, estes todos iguais, simples e ignorantes, e a todos concedeu oportunidades para evoluir, através das vidas sucessivas, com a finalidade de se tornarem perfeitos e puros, objetivando alcançar a felicidade plena.

Os mundos também evoluem. Kardec ensina que existem os mundos primitivos que são aqueles onde se reencarnam Espíritos que estão iniciando a sua evolução. Todos os mundos se modificam, evoluem sempre. A Terra já não é mais um mundo primitivo. Hoje é um mundo de expiação e de provas. Aqui os Espíritos se encontram, uns para provar o que já conquistaram de bom e outros para corrigir erros cometidos no nosso passado, em outras vidas. Portanto, os endividados com as leis divinas, por erros praticados livremente, sofrem as consequências dos seus atos num trabalho de reparação, e de acertos de erros cometidos com a violação das leis divinas que regem os destinos do universo. Todos têm o direito de evoluir, cumprindo assim o ensinamento de Jesus, quando ensinou: “das ovelhas que o Pai me confiou nenhuma se perderá”. É por isso que aqui existe gente boa e gente que não é boa.

Muitos afirmam que o mundo está perdido, que não tem mais jeito, mas será que está perdido mesmo? As criaturas que assim pensam só conseguem enxergar o lado ruim das coisas, mas se olharmos para outro lado, coisas boas são realizadas, diariamente; muita gente trabalhando no bem. O mundo está melhorando. Há ainda uma mistura de bem e mal, mas está chegando a hora da separação do joio e do trigo. A doutrina espírita nos ensina que a Terra ainda é um mundo de expiação e de prova, e vai se transformar em mundo de regeneração, e após, só terá lugar para os bons, os que tiverem a disposição de continuar procedendo no campo do bem. Os que não estão procedendo corretamente e que não merecerem viver em um mundo melhor serão retirados daqui e pela lei da afinidade serão atraídos para outros mundos, talvez para algum semelhante à Terra atualmente, ou para um primitivo onde haverá choro e ranger dos dentes, como ensinou Jesus. Essa transição não é o fim deste Mundo; é a sua renovação e promoção para um melhor, chamado Mundo de Regeneração.                               

O tempo para a renovação é indeterminado. Pelos últimos acontecimentos atmosféricos que têm abalado a Terra é possível entender e sentir que algo diferente está acontecendo, mas não é determinação do fim do mundo.

Retornando a cinquenta anos, constatar-se-á o progresso conquistado, quantas novas descobertas vieram de encontro ao bem-estar da humanidade. A vida está se tornando melhor.

Mas tem gente atrapalhando a tranquilidade e o bem-estar dos bons. Não é justo que os bons paguem pelo erro dos outros. Estes serão retirados daqui e transferidos para uma escola de correção de seus erros. 

Não existe, portanto, fim de mundo. O que existe é transformação do mundo. O momento é de transição e aí está a causa dos distúrbios que são verificados.

Tudo no Universo é evolução, tudo se transforma para melhor. O mundo não se destrói. Muitos pregam que Jesus falou em final dos tempos quando falou sobre o juízo final; na separação dos bons, dos maus. Interpretam erroneamente essa passagem como se Ele pregasse o fim do mundo.

O ensino de Jesus é de clareza meridiana. Ele falou sobre a separação que está acontecendo, uns, os que colocam à sua direita, são os que permanecerão e, os da esquerda, os que perdem afinidade com o mundo de regeneração e serão atraídos por afinidade para um mundo inferior.

Para os espíritas não existe o fim do mundo pregado pelos homens. Os grandes pensadores de todos os tempos, como os Maias, sabiam disso antes de reencarnar aqui. Traziam a ideia de que haveria essa mudança e predisseram um determinado tempo para o final do mundo, mas não do mundo físico e sim do mundo moral. O fim de mundo, segundo Jesus, é o fim da situação de provas e expiações para a de regeneração, pela sua transformação. As leis de Deus são baseadas na Lei do Amor e os Seus desígnios têm por fim a pureza e a felicidade de toda a humanidade e não a sua destruição, o que demonstraria prepotência e falta de amor aos seus filhos. Tudo na obra de Deus é perfeito e regido pela Lei do Amor, essa a razão de sua tolerância, concedendo, a todos, oportunidades, tantas quantas forem necessárias, através das reencarnações sucessivas, com o objetivo de que todos possam tornar-se perfeitos e assim conquistar a felicidade plena. As benesses divinas são distribuídas com justiça e cada um recebe segundo suas obras, de acordo com a lei do merecimento.

O tema fim do mundo domina as atenções nos dias atuais. Além do exposto acima, pode-se buscar na lucidez de Allan Kardec e na clareza dos Espíritos superiores o que ensinam sobre a intrigante questão, onde se enquadram mortes coletivas, transformação do Planeta e flagelos destruidores. Os interessados em conhecer mais detalhes, consultem O Livro dos Espíritos nas questões de 737 a 741, sobre flagelos destruidores, 258 a 273, 990 e l000, sobre provas e expiações, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo III, sobre diversas moradas na Casa de Meu Pai, diversas categorias de mundos habitados até o final do capítulo. Em A Gênese, capítulo XVIII, comentários elucidativos com o título “Os tempos são chegados”.

O consolador – Artigos

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