Autor: Marcus De Mario
Lançando um olhar para o futuro, muitas pessoas questionam o que será da raça humana daqui a alguns anos. Com alto desenvolvimento tecnológico, ainda paira no ar a ameaça de outra guerra mundial. Temos problemas com uma melhor distribuição de renda; a pobreza e a miséria estão espalhadas pelo mundo; a corrupção e a desonestidade continuam a fazer vítimas; a violência parece ser generalizada; consumo de drogas e álcool acompanham boa parcela da população. Enfim, poderíamos ocupar linhas e mais linhas enumerando os males humanos que nos acompanham na atualidade. Entretanto, é preciso também estender o olhar para as coisas boas que marcam nossa atualidade, e que provavelmente farão a diferença no amanhã: organizações não governamentais protegendo o meio ambiente e o próprio ser humano; acordos comerciais menos protecionistas; avanços significativos nos diálogos entre as nações; tecnologia de ponta a serviço da melhor saúde das pessoas, e tantas outras boas coisas acontecendo que não podem ser desprezadas. Não podemos ter um olhar apenas negativo, pois o positivo também existe. Contudo, persiste a pergunta: qual o futuro da humanidade?
Não temos uma bola de cristal mágica, dessas que a ficção nos apresenta como reveladora do futuro, mas temos uma certeza: o futuro passa pela educação. Não estamos nos referindo simplesmente ao trabalho da escola. Educação vai muito além da escola. Educação passa também pela família, pelo lar, e adentra às instituições constituídas, sejam elas públicas ou privadas. E educação não se restringe a conteúdos curriculares, ou mesmo ao ensino informal, pois isso se chama instrução, aquisição de conhecimentos, mas que pode não dar autonomia responsável, nem formar cidadãos éticos. Quantas pessoas ostentando títulos e carreiras, e que são desonestas?
Para termos um futuro sem injustiça social, sem concentração da renda na mão de alguns, sem ameaças de guerras, sem sentimento, precisamos compreender e sentir a educação como formadora do caráter das pessoas, como poderoso instrumento de desenvolvimento das virtudes, o que fará com que nós, os seres humanos, deixemos paulatinamente de pensar apenas em nós e nos preocupemos com o outro. Essa educação fará com que aprendamos a nos amar.
Como bem lembra Paulo Freire, educador brasileiro ainda pouco estudado e colocado em prática, a educação pode não fazer essa transformação sozinha, mas essa transformação não acontecerá sem a educação.
É bom começarmos a focar na educação, se queremos um amanhã bem melhor que o hoje.