Publicação: U.S.E Departamento de Estudos Sistematizados
O monitor é o condutor do grupo no processo de aprendizagem, propiciando a ação construtiva de novos conhecimentos dos participantes.
A tarefa do monitor é, portanto, criar condições para tal construção, por meio de estratégias que considerem as pessoas como sujeitos ativos de sua aprendizagem, críticos e reflexivos, visando ao autoconhecimento e à autonomia, com ênfase na responsabilidade pelas decisões tomadas.
O que é necessário para ser monitor?
São condições desejáveis ao perfil do monitor de grupos de estudo, para o desempenho de suas atribuições:
Condições Doutrinárias
Ter domínio seguro dos ensinamentos espíritas; compreensão da missão do Espiritismo; demonstrar coerência e firmeza doutrinária; pesquisa bibliográfica bem direcionada.
Condições Pedagógicas
Ter conhecimento pedagógico, dominando estratégias, condições e recursos didáticos e de multimídia; conhecer instrumentos programáticos, metodológicos, avaliativos; conhecer o seu grupo (potenciais e possibilidades); valorizar a convivência; atualizar-se permanentemente.
Condições Psicológicas
Ser acolhedor, carismático, disciplinado e sereno com os participantes dos grupos; ser alegre e criativo; respeitar e saber lidar com opiniões contrárias e as diferenças; respeitar a liberdade de cada um; saber ouvir, dialogar, administrar, mediar conflitos, valorizar e aproveitar ideias dos participantes.
Condições Espirituais
Vivenciar a fraternidade, o perdão e a paciência; cultivar o equilíbrio emocional e mental; ser reflexivo e humilde; evangelizar-se sempre; concentrar-se na postura íntima de vivenciar os ensinamentos espíritas; manter coerência entre a fala e o exemplo; permanecer vigilante e confiante na tarefa que desempenha.
Condições Administrativas
Ter liderança e capacidade de gestão/ coordenação de pessoas e atividades; saber conduzir os debates; ser sensível às reações do grupo; ser acessível; compreender o papel do centro e do movimento espírita; afinar-se com o trabalho de unificação, atento à diversidade cultural e às diferenças regionais.
As condições acima relacionadas podem causar espanto ou receio em algumas pessoas, que podem se sentir não preparadas para a tarefa. Mas o monitor, atuando nessas diferentes frentes, ora como gestor, ora mediador do aprendizado, também está aprendendo. Atuar como monitor possibilita o contínuo aperfeiçoamento de suas condições doutrinárias, pedagógicas, psicológicas, espirituais e administrativas, necessárias para o desenvolvimento de sua tarefa.
Formação continuada
Ao nos colocarmos na condição de colaboradores, é necessário refletir sobre a boa vontade. Esclarecendo essa questão, Cecília Rocha ensina que “A boa vontade se manifesta exatamente no esforço que o candidato faz para adquirir os conhecimentos que são indispensáveis ao seu ministério. Boa vontade de aprender, de se aprimorar, de enriquecer seus recursos pessoais, intelectuais e afetivos, esta sim, seria uma qualidade básica para outras aquisições complementares que venha a conquistar” (Rocha, Cecília – Pelos Caminhos da Evangelização.).
Como aprendizes de boa vontade, devemos ler, reler, estudar, reestudar, buscar velhos e novos autores que nos capacitem sempre e mais na nossa tarefa diária como monitores de grupo de estudo espírita ou acabaremos por nos tornar cegos conduzindo outros cegos, como nos diz Jesus no evangelho.
Assim, para melhor desenvolver suas atribuições de monitor, destacamos a necessidade de sua formação continuada. Estudar, participar de seminários, cursos de formação e de atualização promovidos pelo movimento espírita, capacitando-se para exercer a sua função com segurança no processo ensino-aprendizagem.
Os cursos de formação estão voltados para diferentes competências dentro do movimento espírita. Há os que formam multiplicadores, preparando-os para formarem as equipes que, por sua vez, serão responsáveis pelos cursos de formação e atualização dos monitores que, nos centros espíritas, serão os responsáveis pelos grupos de estudo.
A USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, visando capacitar e subsidiar os monitores, em apoio ao trabalho de ensino da Doutrina Espírita oferecido pelos centros espíritas, oferece cursos de formação e encontros de atualização.
Nota Juventude Espírita
É comum que nos eventos de estudos, promovidos pelos órgãos de unificação espíritas e voltandos para os jovens, a figura do monitor seja desempenhada por alguém jovem.
Usando o estado de São Paulo como exemplo, os jovens interessados (precisam ser participantes ativos e comprometidos nas casas espíritas onde atuam) mostram interesse pela tarefa e são capacitados através de estudos e vivências que começam meses antes do evento.
Em cada grupo de estudos são alocados pelo menos dois monitores – para o caso de faltas e imprevitos.
Dica
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