Autora: Teresinha Olivier
Mais um ano que ficou para trás, com nossas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, realizações e frustrações.
Ano Novo: Mais uma vez as nossas esperanças se renovam e os nossos corações enchem-se de bom ânimo!
O ano novo será melhor! Ano Novo, Vida Nova!
Promessas e resoluções são tomadas e projetadas para o ano novo, como se a mudança do calendário pudesse, como num passe de mágica, trazer grandes transformações para as nossas vidas.
As tradições e superstições repetem-se: roupa branca na passagem do ano, para atrair paz, prosperidade e boas energias; mas também roupa amarela, pois o amarelo representa o ouro e atrai dinheiro; colocar uma nota no sapato, para atrair mais dinheiro; comer uma colherada de lentilhas à meia-noite, para ter um ano de fartura à mesa; acender velas na praia, para abrir caminhos e assim por diante…
Cada país e cada região de um mesmo país, têm as suas tradições e as suas superstições particulares e todas têm a mesma finalidade: fazer com que o ano que se inicia seja melhor, tanto financeiramente, como na saúde e no amor.
No entanto, constatamos que para a maioria, a medida em que os dias e os meses do novo ano transcorrem, as coisas vão caindo nas mesmas condições do ano anterior; não havendo mudanças significativas em nossas vidas!
Por que isto ocorre?
Porque pensamos que tudo que nos acontece é motivado ou provocado por situações exteriores e pelas pessoas que nos cercam; que não somos felizes e nem pessoas realizadas, plenamente, porque algo ou alguém cria, deliberadamente, obstáculos em nossas vidas.
É preciso examinar se as coisas ocorrem realmente dessa forma. Será que não somos, nós mesmos, os responsáveis por muitas situações desagradáveis que ocorrem conosco?
Ao fazermos novas programações e tomarmos resoluções para o ano novo, mas continuamos a pensar, a sentir, a falar e a agir da mesma forma que antes, quais mudanças podemos esperar?
Queremos que essas mudanças para melhor venham, não é verdade? Continuando, porém, iguais, tanto internamente como em nossas atitudes, o que esperar do futuro?
No lugar de tanto apego às superstições, seria interessante uma análise íntima para verificar o que em nós está sintonizando com certas situações ou pessoas. Assim é possível mudar as causas mais profundas daquilo que torna nossas vidas insatisfatórias.
É claro que estamos falando das circunstâncias às quais temos algum controle, situações que temos condições de mudar, que de alguma forma, dependem de nós.
Pensamentos, sentimentos, palavras e atitudes possuem magnetismo e atraem, pela lei de sintonia, inteligências dos dois planos da vida, que tenham afinidade com as nossas vibrações, e que vêm estimular e reforçar aquilo que cultivamos intimamente.
É bom aprender a alimentar pensamentos e sentimentos positivos, construtivos, criativos, desde que sejam postos em ação pela nossa vontade enérgica, a fim de sintonizarmos com inteligências mais elevadas, de encarnados e desencarnados, que possam ajudar, inspirar e reforçar nossos anseios de crescimento e de mudanças para melhor.
Esse é um exercício mental que pode e deve ser feito diariamente, pela análise de cada pensamento e sentimento que nutrimos; observando como reagimos às situações, pessoas e problemas. Dessa forma vamos nos conhecendo melhor e percebendo, silenciosamente, o que é preciso mudar.
Não podemos nos esquecer de que o desejo de um ano novo melhor deve incluir, necessariamente, o cuidado com a nossa natureza espiritual.
Somos espíritos momentaneamente encarnados e o nosso objetivo maior é a realização espiritual, é a evolução no campo moral e intelectual.
Não podemos perder de vista a condição de espíritos imortais em evolução que somos, sob pena de que as realizações, tendo em vista apenas as conquistas no campo material, nos conduzam, ao longo da vida, a um sentimento de vazio, de frustração, porque o aspecto mais importante da nossa existência foi deixado de lado.
Em cada dia do ano há oportunidades de construir um mundo íntimo mais harmonioso, que se manifestará em atitudes positivas, irradiando ao nosso redor vibrações agradáveis e saudáveis.
Não foi à toa que um famoso filósofo da antiguidade ensinou: “Conhece-te a ti mesmo.”
E não foi à toa também, que o maior dos Mestres, Jesus Cristo, afirmou: “A cada um será dado segundo suas obras.” ensinando que, a cada dia, nós mesmos estamos construindo nossa felicidade ou infelicidade, de acordo com o rumo que estamos dando aos pensamentos, sentimentos e atitudes, de acordo com as escolhas e decisões que tomamos.
Como os espíritos superiores ensinam: somos os artífices do nosso destino.
Com esses ensinamentos, aprendemos que as mudanças para melhor não virão de fora, fruto de fórmulas mágicas aplicadas tradicionalmente; elas acontecerão de forma natural, gradativa, começando internamente, descobrindo, em nós mesmos, as potencialidades que possuímos e trabalhando para que elas se desenvolvam.
Esse é o caminho, mas depende fundamentalmente de buscarmos o entendimento e usarmos a vontade de seguirmos por ele, em todos os dias do ano.