Estrutura
- O que é o Espiritismo
- O que o Espiritismo ensina? Quais são seus pontos fundamentais?
- Prática Espírita
- O Espiritismo é uma religião?
- Como e quando surgiu o Espiritismo?
- Sugestões de artigos
- Sugestão de primeiro livro
O que é o Espiritismo
O Espiritismo é uma ciência filosófica com consequências morais.
Surgiu em Paris, na França, em 18 de abril de 1857 com a publicação de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, pseudônimo do Professor Hippolyte Léon Denizar Rivail, pedagogo e escritor francês.
Allan Kardec entrou em contato com fenômenos provocados por espíritos, através de médiuns de muitas partes do mundo, recebendo milhares de textos psicografados. Fez um trabalho de análise desses textos, de classificação, de compilação, organizando-os de forma didática num corpo doutrinário, sendo, portanto, o codificador do Espiritismo.
Além de O Livro dos Espíritos, fazem parte das obras fundamentais do Espiritismo os Livros:
- O Livro dos Médiuns (janeiro de 1861)
- O Evangelho Segundo o Espiritismo (abril de 1864)
- O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (agosto de 1865)
- A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (janeiro de 1868)
Nessas cinco obras, chamadas de fundamentais, estão todos os princípios fundamentais da Doutrina Espírita. Existem outras obras publicadas por Allan Kardec, todas de grande importância para o conhecimento da Doutrina Espírita.
Kardec também publicou a Revista Espírita, revista mensal, que existiu de 1858 a 1869, até sua morte. O Codificador desencarnou em 31 de março de 1869 e deixou a edição de abril do mesmo ano pronta. As restantes, de maio até dezembro de 1869, foram publicadas pelos seus seguidores.
O que o Espiritismo ensina? Quais são seus pontos fundamentais?
- Deus é a inteligência suprema, é a causa primária de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
- O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
- Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados (homens), existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
- No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
- Todas as Leis da Natureza são Leis Divinas pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as Leis Físicas quanto as Leis Morais.
- O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo físico.
- Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
- Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem intelectual e moralmente, através de muitas encarnações, passando de uma ordem inferior a outra mais elevada, até à perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
- Os Espíritos preservam sua individualidade antes, durante e depois de cada encarnação.
- Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
- Os Espíritos evoluem sempre, em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso moral e intelectual, depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.
- Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
- As relações dos Espíritos com os homens são constantes, e sempre existiram. Os Bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos impelem para o mal.
- Jesus é o Guia e Modelo para toda a humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
- A moral do Cristo contida no Evangelho é o roteiro para evolução segura de todos os homens, a prática é a solução para todos os problemas humanos, que é o objetivo a ser atingido pela humanidade.
- O homem tem livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências de suas ações.
- A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
- A prece é um ato de adoração a Deus. Está na Lei Natural, e é o resultado de um sentimento inato do homem, assim como é inata a ideia de existência do Criador.
- A prece torna melhor o homem. Aquele que hora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia Bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.
Prática Espírita
Toda prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
A prática espírita é realizada sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
O Espiritismo não tem corpo sacerdotal e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgências, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomantes, pirâmides, cristais, búzios ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-los, a submeter seus ensinos ao crivo da razão antes de aceitá-los.
A mediunidade que permite a comunicação dos Espíritos com os homens é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente de religião ou da diretriz doutrinária de vida que adote. É uma faculdade natural, faz parte das leis naturais criadas por Deus.
A prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral do Cristo.
O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha para a confraternização entre todos os homens, independentemente de sua etnia, nacionalidade, crença, orientação sexual, nível cultural ou social.
Reconhece, ainda, que o verdadeiro homem de bem é o que “cumpre a Lei de Justiça, de Amor e de Caridade, na sua maior pureza”.
O Espiritismo é uma religião?
O Espiritismo, segundo definição de Kardec, é Ciência Filosófica com consequências morais.
Vulgarmente, temos diversas definições para a palavra religião. O mais comum é atribuirmos às religiões dogmas, hierarquia sacerdotal, cultos, rituais, cerimônias e uma diretriz formal.
Dentro dessa definição, o Espiritismo não é uma religião, pois não atenderia aos requisitos comuns às religiões de forma geral. No entanto, há os que defendem que, tendo ele influência nos códigos morais, e sendo as religiões, em princípio, estimuladoras de comportamentos morais específicos, seria também o Espiritismo uma religião. Até porque reverencia a uma divindade transcendente, assim como fazem a maioria das religiões.
De uma forma ou de outra, seja aceito ou não como religião, cabe ao Espiritismo papel importante na história da humanidade, pois revela de forma categórica uma realidade transcendente, cujo objetivo é melhorar a humanidade a fim de dar curso ao seu progresso.
Ficamos, contudo, com a definição do próprio Kardec: O Espiritismo é uma Ciência Filosófica com Consequências Morais.
O que realmente importa são os objetivos da Doutrina Espírita: Tornar o homem melhor para que ele possa melhorar o mundo, tendo como base a mensagem sublime do Evangelho de Jesus e os ensinamentos dos espíritos superiores que, através da mediunidade, trouxeram ensinamentos profundos sobre a natureza e a destinação dos espíritos imortais que somos nós.
Como e quando surgiu o Espiritismo?
A Doutrina Espírita surgiu após o trabalho de codificação, ou seja, da reunião dos seus princípios básicos, formando assim uma base teórica sólida, trabalho este feito por Allan Kardec.
Allan Kardec era o pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, pedagogo renomado na França, professor e autor de diversos livros em diversas matérias como gramática francesa, matemática, educação, etc e membro de diversas sociedades científicas. Em 1854, o professor Rivail ouviu falar pela primeira vez nos chamados fenômenos das mesas girantes. Tratava-se de reuniões onde as pessoas sentadas a volta de mesas, diziam obter comunicações com os mortos através do movimento e batidas dessas mesas. Como estava estudando um assunto de interesse da medicina da época, o magnetismo animal, Rivail foi convidado por amigos para assistir uma dessas reuniões. Ele hesitou por parecer algo totalmente destituído de lógica, mas resolveu verificar do que se tratava. Ao participar de tais reuniões, que eram um modismo da alta sociedade francesa da época, o professor percebeu que havia algo por trás dos fenômenos, além daquilo que as pessoas viam. Decidiu investigá-los usando seus conhecimentos de metodologia científica, e verificar o que era mentira e verdade entre tais fatos. Entrevistou aqueles que davam as mensagens, os chamados Espíritos. Pesquisou métodos de trabalho, reuniu comunicações de diversas partes do mundo, compilou os resultados, organizou-os e publicou em 18 de abril de 1857, O Livro dos Espíritos, a primeira obra da codificação espírita. Nesta época então, já tinha adotado o pseudônimo de Allan Kardec, que era o nome de uma de suas encarnações anteriores.
Quando da Codificação da Doutrina Espírita, Kardec sentiu a necessidade de criar um termo que definisse a nova doutrina e a diferenciasse das diferentes crenças espiritualistas. Para tanto criou os termos Espiritismo, Espírita ou Espiritista, para que ficasse bem clara a diferença. Portanto o termo Kardecismo não expressa fielmente o significado da Doutrina Espírita, tendo em vista que ela é dos Espíritos e não de Kardec, que foi o seu codificador.
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Sugestão de primeiro livro
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