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O que há por trás das assombrações?

Autor: Davilson Silva

A grande maioria das pessoas deste mundo prossegue inapta para compreender os sinais do Alto mesmo tangíveis. Geralmente, não se interessa por eles, e ainda que tome conhecimento, muitos lhes fazem pouco caso. Há quem seja capaz de forjar fenômenos registrados em vídeo com intuito de difundir na Internet, em sites como o do You Tube. Ledo e cego engano! Ao querer torcer o sentido dos fatos, ou por chacota, não têm noção de tamanha irresponsabilidade ao exibir aquelas fraudes grotescas e pueris.

Aquelas cenas seriam apenas atos de molecagem, se eles ao menos não desconfiassem que as manifestações espirituais existem. Trata-se de um jeito de provar a si mesmos que estariam seguros de sua frágil persuasão íntima (possivelmente calcada em crendices religiosas), cuja vaidade necessita divulgá-la a fim de receber apoio dos que como eles pensam. Apavoram-se, arrepiam-se, esses tipos, quando sabem da existência de um lugar assombrado. Apesar disso, Deus segue permitindo aos Espíritos tornarem possíveis as manifestações, de modo a produzir impacto.

E se a pessoa vê uma assombração, depara-se com ela? Dependendo do caso, pode sentir um choque emotivo, sofrer transtornos psíquicos que afetariam a parte somática. Uns procuram ajuda em consultórios médicos; outros se socorrem com parapsicólogos ou sacerdotes com ou sem batina para livrar-se do medo, da sua angústia. O que não sabem é que por trás de insólitas aparições, vozes, gargalhadas, gemidos e barulho de objetos caídos ou arrastados nada há de “sobrenatural” ou de “demoníaco”.

Se esses fenômenos existem, é porque estão consequentemente catalogados no rol da Natureza. Dizemos com tranquilidade que nada têm de sobre-humanos ou de “incríveis, fantásticos, extraordinários”, segundo exclamam as matérias sensacionalistas. Enfim, não há nada de sobrenatural, visto que há sim explicação para eles, a razão de acontecerem em locais ermos ou não, haja vista relatos de há muito oferecidos por investigadores responsáveis, sob critério do mais puro e sadio caráter científico. Eles começam dizendo que tais ocorrências só se sucedem pelo fato da presença de algo muito específico.

Em virtude de uma certa substância de natureza amorfa, vaporosa, que se chama ectoplasma, nomedado por um célebre médico e pesquisador-autor francês (1), é que decorrem os fatos em apreço. Matéria formada com recursos da Natureza, originando-se dos tecidos vegetais e de origem animal e mineral (2),essa curiosa substância tende à solidez pelo processo do próprio fenômeno, assumindo a forma desejada sob a ação exercida através dela e por meio de um âmbito que lhe dê o emprego necessário para as funções à qual se destina.

Tal elemento energético procede de um ser humano, o médium, isto é, alguém que o emita em abundância. Dono de uma capacidade natural, médiuns ectoplastas são os únicos responsáveis pelas demonstrações, mais acentuadamente falando, dadas através deles. Prestando-se esse tipo de capacidade às consequências do que chamamos: efeitos físicos, o referido seguimento de um processo de desagregação molecular desconhecido (3),também denominado “plasma exteriorizado”, é submetido a controle.

Propósito do Alto 

Plasma exteriorizado é de autoria do Espírito André Luiz que muito se dedicou ao tema (4). Ele afirma que essa energia ectoplásmica é controlada por Inteligências da Esfera Espiritual, as quais possuem um propósito: sugerir ao Plano Físico a ideia da imortalidade da Alma ao apresentar os mais significativos fenômenos. Pelo organismo do médium que reúna tal condição, as células, em nuança vibratória diferente, entrelaçam-se e se renovam conforme o intento dos moldes mentais.

Em resumo, alguém que possua o notável recurso de doar ectoplasma, cedo ou tarde poderá tornar-se ciente da sua mediunidade de efeitos físicos. No momento em que se encontre em sua própria casa ou numa dessas residências antigas, habitadas ou não, ou num lugar deserto ou em antigos museus, teatros, poderá ver algo ou ouvir algum ruído. Essas manifestações são fugazes e testemunhadas por um só indivíduo e, se tanto, quando necessário, por mais outros que, porventura, lhe estejam próximos.

Como dissemos, esses fenômenos são frequentemente fugidios, e costumam incidir mais em antigas  construções, sobretudo em descampados. É provável que nesses referidos lugares tenham ocorrido tragédias: um homicídio ou um suicídio ou talvez um acidente qualquer, ou quem sabe uma morte súbita. Logo que tal se sucede, conforme o grau de desespero, do pavor da vítima, rompe-se de modo violento o laço vital do corpo físico ligado ao duplo etérico ou perispírito.

Em princípio, a vítima, por estar muito presa à matéria, por sua ignorância espiritual, seus espasmos projetam fragmentos de fluidos vitais que impregnam o lugar e a seiva etérea das plantas ao redor. Por isso, esses fenômenos sucedem inopinadamente em lugares como os já mencionados, tamanho é o repasse das energias tóxicas e mórbidas, projetadas pela aflição de alguém, possível vítima de um cruel assassinato ou de um suicídio ou de alguma outra funesta ocorrência.

Todavia, nem todos os lugares, nem todas as aparições, ruídos, vozes ou quaisquer outras manifestações procedem de ocorrências violentas ou são horripilantes. Há casos em que podem aparecer imagens bonitas, sublimadas, como já ocorreu, confundidas com santos Católicos Romanos por indivíduos crédulos. Nós sabemos que, no máximo, o que podem ter visto foi alguma Entidade que, por consequência, acabou proporcionando ensejo para corroborar a crença segundo a qual só os santos e anjos cultuados por sacerdotes é que podem ser vistos por certos “crentes especiais” (leia-se devotos do Catolicismo); por isso, se lhes proveem a beatificação, a canonização.

Nesse caso, o ectoplasma doado de modo também incônscio fora coerente com a substância que existe no local, simples, mas sobrecarregada de magnetismo virgem. Essas manifestações costumam ocorrer nas proximidades de regatos, florestas e ainda em lugares inóspitos como grutas ou grandes planícies, locais que não tenham afluência de pessoas, e à noite em plena escuridão ou na penumbra. O ectoplasma é tão sensível à luz solar quanto à luz da lâmpada elétrica, embora seja possível em circunstâncias especiais resistir à luz do dia ou até à luz da lâmpada de cor vermelha ou amarela.

As manifestações espirituais não costumam se repetir em lugares habitados ou não como com veemência desejam os curiosos, sejam eles crentes ou descrentes, em ambos os casos, do tipo que “pagam pra ver”. Daí, a frustração, a zombaria e o descrédito, a semear a dúvida acerca da autenticidade dos fenômenos, ironizando médiuns e a mediunidade ou desrespeitando o trabalho árduo e sério de eminentes pesquisadores, homens de ciência. Estes, ao contrário dos pusilânimes e vaidosos, não se contentaram com a existência dos fatos: aplicaram todo o seu intelecto responsável para conhecê-los em sua plenitude.

Assombrações, lugares apavorantes existem, porquanto significam um meio de que se servem os Benfeitores do Além sob judicioso intento de espiritualizar as criaturas humanas. “Por que as assombrações são vistas por gente simples, ignorante, e não por personalidades intelectualizadas?”, fizeram-me uma vez essa pergunta. Da mesma forma perguntamos a um querido Mentor, o José Grosso, um dos Trabalhadores Espirituais de nossa casa espírita, também responsável por nossos trabalhos socorristas de Efeitos Físicos. Ele, de pronto, respondeu com tom de voz de trovão e ao mesmo tempo suave, em estilo nobre, de modo incisivo e rimado:

O sabichão que pensa saber de tudo

e alardeia o que pensa saber,

não tem coragem nem mérito pra ver

o que veria um cidadão sem estudo…

Notas

1 – O termo ectoplasma foi criado pelo Dr. Charles Richet (1850/1935), Nobel de Medicina em 1913, ao descrever as experiências científicas sobre os fenômenos de materialização de Espíritos, produzidos pela médium Eva Carrière, em Argel, em 1903.

2 – ANDRADE, Hernani Guimarães. A teoria corpuscular do espírito (uma extensão dos conceitos quânticos e atômicos à ideia do espírito), 1.a ed. São Paulo, edição do próprio autor, 1958. Página 207.

3 – XAVIER, Francisco C. Mecanismos da mediunidade, pelo Espírito André Luiz, 11.a ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira (FEB), 1958. Capítulo 17, p. 122.

4 – Evolução em dois mundos, pelo Espírito André Luiz, 41.a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1958. Capítulo 5.o, tema: “Células e o corpo espiritual”, p. 46.

O consolador – Ano 6 – N 291

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