Autora: Teresinha Olivier
O verdadeiro aprendizado é aquele que nos torna melhores
Sócrates
Penso que essa frase encerra uma grande verdade.
Durante a encarnação, o ser humano tem acesso a todo tipo de aprendizado.
Existem aprendizados que trazem informações importantes para a vida física, como aqueles voltados para o bem-estar material, para a formação profissional, para o constante aperfeiçoamento da profissão, informações sobre a saúde, como se alimentar melhor, como fazer exercícios físicos, e uma infinidade de outros, que estão à disposição de quem deseja aprender.
Mas esses aprendizados, POR SI MESMOS, tornam as pessoas melhores, mais humanas, mais fraternas, mais caridosas?
Ou as tornam pessoas simplesmente mais saudáveis fisicamente, mais bem informadas, mais bem-sucedidas, ou seja, mais bem aparelhadas para viverem a vida material mais confortavelmente e nada mais?
Ser um ser humano melhor vai muito além desses aspectos.
Não que esses aspectos não sejam importantes para a vida, são essenciais, enquanto seres encarnados. Enquanto estamos vivendo neste mundo, precisamos estar aptos para sermos úteis, atuantes, ativos e produtivos.
O grande equívoco é entender esse lado da existência como o mais importante, como o objetivo principal que se deve almejar. O equívoco é usar toda a nossa vontade e todo o nosso potencial apenas visando essas conquistas.
Os conhecimentos que dizem respeito à experiência física, à estadia neste mundo, têm sua importância relativa a este mundo físico, a esta vida que estamos vivendo agora, mas veremos adiante que eles não se restringem a isso, que são caminhos para algo maior.
Porque não somos apenas o corpo físico, somos seres espirituais usando momentaneamente um corpo material. A nossa verdadeira natureza é a espiritual. Somos Espíritos, em uma experiência corporal, buscando a perfeição.
A vida material, e todas as suas experiências, servem de MEIOS para a conquista da perfeição espiritual. Essas experiências precisam ser entendidas como meios E NÃO UM FIM EM SI MESMAS.
Porque a vida material é efêmera, a vida espiritual é eterna. Qual deve ser, portanto, o nosso empenho maior: o cultivo apenas do efêmero, ou o cultivo também daquilo que é eterno e faz parte da nossa verdadeira natureza, aquela que vai perdurar pelo infinito dos tempos?
Quando desencarnarmos não terá mais importância se éramos ricos ou pobres, se éramos médicos ou se tínhamos uma profissão humilde, se éramos importantes na sociedade ou não, nem se tínhamos títulos pomposos ou não. O que vai importar, na realidade, no tribunal da consciência, é o que fizemos com todas essas oportunidades, com todos esses recursos que tivemos durante a nossa encarnação.
O que vai importar é se os usamos somente para o nosso benefício ou se os usamos como degraus para vencermos mais uma etapa do nosso processo evolutivo, distribuindo seus benefícios para o maior número possível de pessoas.
A pergunta que precisamos fazer para nós mesmos é:
Todos os recursos que tenho nesta encarnação estão servindo a que e a quem?
Portanto, tudo que aprendermos nesta vida pode servir tanto para crescermos como para continuarmos com as nossas tendências egoístas. O aprendizado que a vida material nos proporciona vai nos tornar seres humanos melhores, dependendo do encaminhamento que dermos a ele, do uso que fizermos dele.
Vamos ver um exemplo: um médico estuda muitos anos para poder exercer sua profissão. Na prática da medicina, ele pode, usando seu livre-arbítrio, exercê-la com verdadeira dedicação, dando o seu melhor, não fazendo diferença entre seus pacientes, atendendo tanto o humilde como o rico com a mesma atenção, responsabilidade e boa vontade.
Vamos imaginar um outro médico, que usa sua profissão visando apenas seu enriquecimento, que é insensível diante do sofrimento daquele que não pode pagar, que escolhe como pacientes somente aqueles que podem aumentar sua conta bancária e que podem dar mais projeção social à sua figura.
O aprendizado dos dois médicos foi a mesma. O uso é bastante diferente. Qual dos dois está usando o aprendizado para ser um ser humano melhor na prática da profissão?
O que é muito interessante nas leis de Deus é o seguinte: o médico do segundo exemplo vai ter oportunidade, mais cedo ou mais tarde, nesta encarnação ou em outra, de rever suas atitudes e redirecionar seu comportamento como médico. O aprendizado que ele fez continua dele, é uma conquista do Espírito e ele vai aprender, com as consequências de suas atitudes equivocadas, a utilizá-lo de uma forma mais humana.
A evolução espiritual acontece assim, gradativamente, através das escolhas e suas consequências, consequências que não são castigos, mas oportunidades de se rever os caminhos escolhidos.
Em todos os tempos e em todos os cantos do mundo, nunca faltou ao ser humano orientações quanto aos valores morais nobres e elevados. Em todos os tempos, Espíritos mais elevados e valorosos, encarnaram entre povos ainda atrasados a fim de orientá-los no aprendizado desses valores.
Mas o homem assimila esses valores muito lentamente, devido à sua imperfeição espiritual e, muitas vezes, da sua falta de vontade de se modificar, de se melhorar.
E são precisamente esses valores que habilitam o homem para exercer suas atividades, durante a encarnação, tendo em vista a sua evolução e o bem dos seus semelhantes.
O aprendizado desses valores morais e espirituais que nos elevam estão à nossa disposição sempre. Basta que tenhamos interesse e vontade de assimilá-los e harmonizarmos nossos pensamentos, sentimentos, escolhas e decisões a eles.
Como consequência, vamos gradativamente nos preparando para exercermos nossa profissão, seja ela qual for, humilde ou não, e também qualquer outra atividade, tendo em vista o bem, a fraternidade, a solidariedade, enfim, o amor ao próximo.
Assim, vamos crescendo como Espíritos imortais, colaborando com o crescimento dos nossos semelhantes.
Enfim, estaremos nos tornando seres humanos melhores, que é o propósito de estarmos aqui encarnados.
Dica
A autora participa semanalmente dos grupos de estudos online, abaixo. Se tiver interesse em participar também, são abertos para todos os públicos.
