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Oficina de teatro para crianças

Autor: Walter Oliveira Alves

O Espírito reencar­nado começa a se expressar, neste mundo, no instan­te em que nasce. Sua primeira ex­pressão é o choro. Gradualmente, sua forma de expres­são vai se ampliando com movimen­tos voluntários, gestos, risos, adqui­rindo gradualmente diversos matizes sonoros, até conquistar a palavra. As diversas formas de expressão, portan­to, são naturais na criança, surgindo espontaneamente.

O educador, ao trabalhar com o teatro, estará oferecendo estímulos para a criança agir, corrigindo blo­queios que porventura o Espírito traga consigo ou tenha adquirido na primeira infância.

O educador, pois, deve criar um clima de alegria, confiança, amizade, permitindo que as crianças expres­sem seus sentimentos e sensações de maneira natural. Observando sua atuação, conseguirá elementos para corrigir seus impulsos, direcionan­do sua energia criativa para canais superiores, incentivando o “bem” e o “belo”.

Lembre-se sempre de que a arte não é apenas uma forma de expres­são, mas, acima de tudo, uma forma de crescimento interior, de desenvol­vimento das potências da alma.

O teatro leva a criança a vivenciar certas situações e emoções. Enquanto vivencia, a criança trabalha com sua própria energia íntima, colocando-se no lugar do personagem. Ao viven­ciar, poderá assimilar certos aspectos de sua personalidade e depois viven­ciar na prática.

Portanto, devemos escolher o enredo e os personagens com cuida­do. Destacar valores morais, mas de forma natural. Cenas reais e práticas com mensagens de amor, caridade, humildade.

Com as crianças pequenas, pode­mos usar dramatizações curtas.

O teatro de fantoches agradará tan­to aos pequenos como aos maiores, além de oferecer ótima oportunidade para a criança se desinibir.

O teatro permite a integração das demais artes como a música, a dan­ça, a literatura e as artes plásticas em geral. Nesse sentido, consegue-se uma visão global da arte, integrando seus diversos aspectos e atingindo um nível muito bom de apresentação.

Numa apresentação artística que envolva os diversos grupos, conse­gue-se uma disciplina natural, em que os elementos percebem a necessida­de desta disciplina e do espírito de colaboração entre todos, para se obter um bom espetáculo, que é de todos. O indivíduo percebe que faz parte de um grupo maior, no qual ele é, de um lado, peça importante, e de outro, parte integrante de um todo maior e que o sucesso do todo depende da colaboração de cada uma das partes.

O teatro, integrado com as diversas áreas da arte, trabalha essa disciplina autêntica e a cooperação espontânea, conduzindo a criança ao desenvolvi­mento dessas qualidades excepcio­nais, que são: o espírito de grupo, de serviço, de cooperação, de ajuda mú­tua, agindo como um antídoto contra o egoísmo e o orgulho, conduzindo-a, gradualmente, à autonomia moral e intelectual.

Procure iniciar as atividades de forma lúdica, incluindo atividades rítmicas e dramatização.

Antes de iniciar uma peça propria­mente dita, procure trabalhar ativida­des para desenvolvimento da ex­pressão corporal (expressões faciais, gestos, palavras etc), expressão verbal (dicção, voz), percepção auditiva e visual, sensibilidade e criatividade.

A seguir, introduza dramatização ou ensaio de pequenas peças, colocan­do em prática as atividades anteriores dentro de um esquete ou pequena peça.

Procure também interessar a criança pelo teatro, incluindo outras atividades teóricas como a história do teatro, textos interessantes, filmes etc.

Consulte a obra O Teatro na Educação do Espírito, que traz mui­tas sugestões para serem usadas em oficinas de teatro.

(Extraído do livro Introdução ao Estudo da Pedagogia Espírita, IDE Editora).

Revista Educação Espírita – Ano 1 – Número 2

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