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Os pais, o centro espírita e a evangelização

Autor: Marcus De Mario

A experiência confirma que nem todos os pais compreendem o valor da evangelização espírita para seus filhos, apesar de terem para si os princípios da doutrina como roteiro de vida, ao mesmo tempo que frequentam o Centro Espírita. Quantas vezes assistimos crianças que chegam sozinhas para a evangelização, ou pais que os entregam aos cuidados dos evangelizadores e vão fazer outras coisas, retornando apenas no final das atividades, como normalmente agem em relação à escola formal onde os filhos estão matriculados. Não se engajam, não participam, e muitas vezes não realizam na intimidade do lar o culto do Evangelho, ou quando o fazem, não inserem as crianças na atividade, como se estudar as lições de Jesus semanalmente fosse coisa só para os adultos. Não, não é, pois os ensinos morais do Mestre servem para todos, sendo imprescindível ligar, ou religar, os Espíritos reencarnados ao Evangelho, onde temos o aprendizado da fraternidade, da solidariedade, do perdão das ofensas, do amor ao próximo e assim por diante, portanto, aprendizados morais muito importantes para o melhor viver e conviver.

É certo que muitos Centros Espíritas restringem o serviço de evangelização apenas às crianças e aos jovens, não oportunizando uma reunião com os pais. Isso é um equívoco. Devemos ampliar essa visão, entendendo que a prioridade é ter um serviço de evangelização espírita da família, ou seja, que no mesmo dia e horário devemos ter as crianças, os adolescentes, os jovens e os pais em atividades específicas de estudo das leis morais e do Evangelho, com atividades que, de tempos em tempos, integrem todos, pois trata-se da família, e todos fazem parte dela.

Duas coisas devem acontecer para que a família seja integralmente atendida. Primeiro, os dirigentes e colaboradores do Centro Espírita devem aproveitar todas as atividades realizadas para divulgar a existência da evangelização, sua importância e positivas consequências para a família e a sociedade, incentivando os pais, e demais responsáveis, a participarem. Segundo, devem os dirigentes e colaboradores do Centro Espírita trabalhar para melhora das dependências físicas, e também para a realização de encontros e cursos de capacitação pedagógica dos evangelizadores.

Muitas vezes falhamos na divulgação, ou na comunicação, assim como ficamos na improvisação, e a tarefa essencial, importantíssima, da evangelização, não consegue alcançar resultados satisfatórios. É quando começa o discurso da falta de crianças, que os pais não apoiam, que faltam evangelizadores e assim por diante. Quando isso acontece, é hora de rever pensamentos, posturas e ações, pois algo está errado, e normalmente o erro parte do próprio Centro Espírita. Conhecemos alguns Centros Espíritas que tem suas sedes em frente, ou ao lado, de condomínios residenciais que abrigam milhares de pessoas, mas na reunião pública de palestra sobram cadeiras vazias. Será que as pessoas sabem que ali tem um Centro Espírita? Se sabem, têm ideia das atividades que ali são feitas? Naturalmente devemos respeitar a crença religiosa, e a não crença, das pessoas, mas quando falhamos na divulgação, na comunicação, tudo fica complicado, e essa falha acontece não apenas externamente, mas internamente, quando os frequentadores não são avisados de todos os serviços, de todas as campanhas, e não são convidados a colocar a mão na massa, tornando-se colaboradores diretos.

Culpar exclusivamente os pais pela não presença dos filhos na evangelização, é muito fácil. Se existe ignorância ou indiferença por parte de alguns, também é certo que outros não são envolvidos pelos dirigentes e colaboradores do Centro Espírita, não tendo ideia dessa atividade, ou não lhe dando a devida importância, não por culpa deles, mas daqueles que estão à frente das atividades doutrinárias, e não estão realizando o devido esforço para que essas atividades ganhem corpo, sejam ampliadas. Existem outras causas, outros fatores, mas, sejam quais forem, não podem ser ignoradas. O mundo atual está em outra dinâmica com o avanço tecnológico, mas a necessidade básica do Evangelho continua a mesma de sempre.

Sendo você pai ou mãe, avô ou avó, tio ou tia, lembre-se que Jesus, com seus ensinos morais, é nosso guia e modelo, e que a humanidade é e será o que fizermos com a educação das novas gerações. O Espiritismo nos apresenta a educação moral, a educação do espírito, e isso deve ser estudado, compreendido e vivenciado, no lar primeiramente, e o Centro Espírita deve ser visto como o apoiador desse trabalho, onde podemos aprender as preciosas lições do Mestre à luz da imortalidade e da reencarnação, e as crianças não podem ser subtraídas desse contexto, sob pena de termos, pela frente, mais uma massa de indivíduos egoístas e materialistas, com todos os malefícios disso para a humanidade.

Se você é dirigente do Centro Espírita, lembre-se que a comunicação, a criatividade, a dinâmica devem fazer parte das atividades e serviços oferecidos à comunidade, pois estagnação cria teias de aranha e acumula poeira, afastando aqueles que poderiam já ter tido o salutar encontro com o Espiritismo, como é o caso dos pais e seus filhos, através do serviço de evangelização da família.

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