Autor: Marcus De Mario
Temos duas categorias de pais que merecem nossa análise por não serem bons modelos para a educação dos filhos. E talvez muitos pais estejam numa dessas categorias, ou em ambas, sem se aperceberem disso. Estou falando dos pais que são omissos, e daqueles outros que são permissivos. Entendamos essas duas categorias de educadores familiares.
Os pais omissos são aqueles que pouco esforço fazem para educar os filhos. Consideram que são pequenos, são crianças, devem mais é brincar e ganhar experiência sozinhos, para mais rápido saberem “se virar” e não dar mais trabalho. Esses pais ignoram o que seja educar, ou, por preguiça, por não quererem sair de seu próprio mundo, pouco esforço fazem para orientar e/ou corrigir os filhos, mesmo porque isso dá trabalho. Quando os filhos crescem e entram pela adolescência, têm resposta na ponta da língua para pouco se esforçarem em sua educação: “Não adianta falar, eles não obedecem”. Esses pais omissos precisam se perguntar qual a razão dos filhos não lhes obedecerem, pois isso não acontece por acaso, nem é fruto da idade, no caso a adolescência.
Temos também os pais permissivos, aqueles que fazem todas as vontades dos filhos, nunca os corrigem e acham muito bonito os filhos se imporem a eles e aos outros. Esses pais chegam a brigar com os avós das crianças, não admitindo que os “velhos” chamem a atenção dos seus filhos. Quando os filhos vão para a escola, os ensinam a agir com violência, a não repartir o lanche, a não serem bobos diante dos colegas. E quando a escola procura alertar, os outros é que estão errados, a escola não serve para seus filhos e assim por diante. Chegados à adolescência, os filhos são os queridinhos dos pais, que pouco se importam com o comportamento social deles e ainda reforçam valores equivocados.
Pais omissos e pais permissivos fazem bastante estrago, pois lançam na corrente social seres humanos que não sabem respeitar os direitos dos outros, são indolentes, preguiçosos, violentos, egoístas, gerando problemas de vulto na sociedade humana.
Ser pai ou mãe não é uma brincadeira, não pode ser comparado em cuidar de um brinquedo, de um bibelô. Os pais são responsáveis não apenas pelos cuidados de higiene, saúde, alimentação dos seus filhos, são responsáveis pela educação dos mesmos, e essa educação deve prepará-los para a vida.
Mesmo quando os pais se separam, a responsabilidade educacional para com os filhos continua a mesma. O distanciamento não pode servir de desculpa para fazer todas as vontades ou para deixar a educação para o outro ex-cônjuge. Quem assim fizer estará classificado como omisso ou permissivo.
A educação é uma arte que requer tato, observação, paciência e perseverança. Isso porque educar é, ao mesmo tempo, orientar, corrigir, aconselhar, exemplificar, ouvir, respeitar constantemente, diariamente, em todas as circunstâncias, até que os filhos, tendo aprendido a pensar, a usar o bom senso, tendo ganho diversas experiências vivenciais junto com os pais, possam, pouco a pouco, viver sua própria vida.
Mesmo quando chegam à juventude, os filhos serão sempre filhos, e os pais serão sempre pais. A relação de convivência naturalmente estará em outro patamar, pois os filhos terão cada vez mais liberdade de ação, mas os pais devem estar atentos para a palavra amiga necessária, para o abraço acolhedor, pois os laços afetivos não se rompem pelo fato dos filhos terem sua própria vida.
Aos pais omissos, e também aos permissivos, uma advertência: lá na frente, com o passar do tempo, a vida cobra. Possivelmente, quando for necessária a ajuda dos filhos, agora adultos, esses pais podem ficar sem esse auxílio, pois os filhos, vivendo apenas para si, não terão o amor, o vínculo afetivo que os façam se movimentar pelos pais.
Que todos os pais reflitam com profundidade sobre a importância da educação dos filhos.