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EDMEC 2006, tribuna da humildade

Autor: Edmilson Avila

No último dia dois de julho tive a oportunidade de participar do EDMEC. Confesso que estava com o sentimento de receber tudo em mãos, engraçado é que sempre queremos ter tudo facilitado e direcionado, mas neste encontro foi diferente! Já no 1º módulo, o “Aprender a fazer” me fez pensar – montar um cronograma de estudos para a mocidade – onde logo após a sua estruturação, analisamos se o que montamos atenderia os jovens contextualizados (jovens reais), com vários problemas, que eram apresentados como participantes de nossas mocidades. Comecei a perceber que se torna necessário a sensibilidade para se abordar estudos que aprofundem o íntimo de cada um. Do que adianta receber informações que não trazem respostas para seus anseios? Que não fazem mudança alguma em seu interior? Estaríamos apenas acrescentando conhecimento, bagagem intelectual. E o que vejo é que se torna necessário mudar a forma de trabalho para atender aquilo que o jovem busca.

Iniciando o 2º módulo: “Aprender a ser”, definimos quem seria o dirigente da mocidade, e observamos que em momento algum, o conhecimento foi apontado como aptidão para tal. Descobrimos juntos que, as virtudes do ser é que são mais importantes! Enxerguei que, a valorização do ser, para todos nós, deve ser sempre maior do que a valorização do ter. Seguindo, iniciamos o estudo sobre a auto-ilusão, começamos uma viajem interior buscando dentro de nós pontos semelhantes com o tema proposto naquele momento, era como se o “aprender a ser” se transformasse em um espelho em nossas frentes refletindo a nossa própria imagem.

Tribuna da humildade

Exercício que já mais esquecerei! Foi-nos apresentado a proposta de dizermos na tribuna o porquê seriamos um necessitado, tiraríamos a máscara do orgulho para assumir o nosso lado “lama” que necessita da educação e não da aniquilação. Eu, antes mesmo de me levantar para ir até a tribuna, sentia meu corpo estremecer, mas cheguei até ela, que somente de chegar, já foi uma vitória! Respirei fundo e tirei a minha máscara, a máscara do orgulho. Falei de coisas que estavam guardadas dentro de mim que em nenhum outro momento antes deste exercício havia confessado. Tive coragem de assumir coisas para mim mesmo que até agora chegam a incomodar um pouco. Naquele momento, minha voz ficou embargada, quase não saia, de meus olhos saiam lágrimas que escorriam pelo meu rosto, banhando meu coração com a benção de assumir o que sou e tendo a plena certeza de que posso ser melhor! Muitos outros também se abriram e em cada um reconheci um pouco de mim.

Após o almoço recebemos o presente da arte através da música e do desenho com o “Grupo Interação”, e logo após, me dirigi à sala que estava me sentindo envolvido em alegria.

Começamos o 3º módulo: “Aprender a Conviver”, estudando o texto “Centro Espírita e Afeto”. Nesta hora, aquele sentimento de que a mudança se faz necessário agravou-se mais! Chegamos ao texto e estudo do “Amor e Alteridade”. Conhecemos as diferenças que fazem parte do nosso dia-a-dia e que por muitas vezes nos incomodam. Aprendi que é necessário conviver com elas em paz e harmonia, afinal, eu também sou diferente!

Partindo para o encerramento, tivemos uma vivência interessante. Percebi que as diferenças estão em todos os locais e que elas fazem parte de nossas vidas sempre! Como as flores que recebemos, representando as singularidades de cada um, o que nos torna únicos!

Como comentei no título, muito mudou em meu íntimo, um novo olhar, uma nova percepção se fez, a sensibilidade se aguçou um pouco mais, enfim, tantas coisas que estava buscando para levar ao grupo de jovens que participo e auxilio que acabei trazendo mais para mim do que levarei a eles. Agradeço pela oportunidade e sei o que estou sentindo, que acaba por vir de encontro ao EDMEC 2005 – Pedagogia do Afeto: O Espiritismo por dentro. É desta forma que me sinto e que jamais esquecerei, pois está gravado em mim para sempre!

Fala MEU! Edição 41, ano 2006

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