Autor: Joelson Pessoa
Tentem imaginar uma música extraída de um conjunto de violões por talentosas mãos e, cujas melodias, atravessando misteriosamente as cascas dos nossos corações, apaziguam as nossas resistências e, ao combinar-se com a poesia da canção, entoada por centenas de vozes, produz arrepios de emoção, retirando-nos das nossas experiências mais infelizes para transportar-nos por um instante, indescritível, a um estado de prazer indefinível, dentro de nós mesmos.
Semelhante oportunidade levou às lágrimas até os mais “fortes” como eu.
Suponhas agora um grupo de estudos, formado por pessoas interessantes onde os debates palpitantes se alternam com as animadas conversações, repetidas vezes. Sotaques e interjeições exclusivas dos gaúchos, goianos, mineiros e evidentemente, dos cariocas (paulista tem sotaque?), completam a personalidade deste grupo.
Expressões de afeto e vivo respeito continuamente permutados, bilhetes cativantes postados no painel do correio fraterno, assinados por quem menos se espera, sorrisos, cirandas, abraços e muito humor…
A arte presente com brilhantismo. O teatro e o coral (Parabéns Arteluz); a graça das apresentações das oficinas temáticas (o que era aquela bailarina minha gente?!); a personalidade admirável da Marielza Tiscate e o seu amigo Ariovaldo Filho, músicos queridos; a criatividade da juventude de Magé…
Graves reflexões sobre o Centro Espírita e a sua distância de Kardec motivaram os mais comprometidos com a causa, a um repensar dos seus paradigmas, quando comparamos o “como fazemos” ao método pedagógico empregado pelo codificador – há muito que fazer ainda.
Esta é meus amigos, uma pálida sinopse da COMEERJ (Confraternização das Mocidades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro) que eu visitei pela primeira vez neste carnaval, acompanhado de bons amigos e que me fez tanto bem.
A Arte de Viver é Ousar com Cristo, foi o tema central do evento que envolveu cerca de 6000 pessoas, distribuídas em 19 polos no estado inteiro, congregando todas as faixas etárias. Eu participei do polo 12, recomendado por alguns amigos de S. Paulo que vão à COMEERJ faz alguns anos.
Trago aprendizados importantes do estado vizinho, um deles a comunhão entre todas as faixas etárias (apenas nas salas de estudos agrupam-se as idades aproximadas) que, ao invés de constituir inconvenientes, como se receia por aqui, colabora para a extinção dos antagonismos e envelhecidos preconceitos de ambos os lados. Felizmente o movimento jovem paulista já percebe essa necessidade de renovação.
O clima de harmonia é ininterrupto, seja pelo excepcional emprego da música (descobri como isso nos faz falta), seja pela consciência que todos os participantes têm sobre o que é uma Confraternização Espírita.
Além das ideias que produzimos em nosso grupo de estudo e na oficina temática, ambas muito habilidosamente conduzidas, trago um carinho e um respeito profundos pelos amigos e companheiros que ganhei.
À minha amiga – irmã Paula Cruz, meu sincero agradecimento por haver me propiciado esta feliz oportunidade.
Ao amigo leitor, incentivo conhecer seu vizinho, visitar outras mocidades, conhecer outros grupos, perto ou longe, da USE ou não, esqueça o que lhe dizem os outros e confirme o valor dos outros trabalhos pelos teus próprios sentidos, você sempre poderá se surpreender positivamente.
Aprender a Conhecer é um dos pilares de uma educação humanizada que temos defendido.