Muito tem sido escrito e falado (com precisão, aliás!) sobre a missão de cada alma, o propósito da vida, enfim, sobre encontrar aquilo que compõe a nossa verdadeira essência, e que, assim, faz-nos viver plenamente, tanto na esferas pessoal como na profissional.
Mas pergunto: será que esta missão maior não engloba também os pequenos gestos e atitudes diários, que, na maioria das vezes, realizamos de modo automático, sem nos darmos conta?
Além deste questionamento, faço ainda outra interrogação: será que existe missão maior do que tratar a todos com gentileza, carinho e amor, praticando pequenas caridades incondicionais, de boca e olhos fechados?
Digo isso porque muitas vezes tentamos fazer coisas literalmente mirabolantes… até perdendo o sono para responder à indagação interna, se estamos na profissão ou na linha certa. Mas, no fim das contas, esquecendo que a virtude está nas coisas simples, como, por exemplo, um bom dia verdadeiramente alegre, um abraço compassivo; e, principalmente, o essencial está em escutar os outros, desde que, não olvidemos a necessidade do discernimento, porque cada um é responsável por seus atos e as inegáveis consequências.
Assim, admiro todos os escritores de livros que li, sejam eles romancistas, espíritas, de auto-ajuda pessoal ou financeira, pois, de algum modo, fizeram com que pudesse evoluir e me tornaram (ao menos um pouco!) uma pessoa melhor.
Respeito também todos os professores de cursos que já fiz, sejam eles de instrução regular, de comportamento humano ou de matérias ligadas à energia, porque essas pessoas transmitiram vasto conhecimento que me possibilitará, talvez um dia, uma pequena névoa de sabedoria.
Aprecio também todos os trabalhadores que permitem que a nossa casa e carro se mantenham em funcionamento; também aqueles que fabricam as roupas, assim como tantos outros profissionais que fazem com que este mundo ande para frente, sejam eles médicos, advogados, funcionários públicos, etc.
Se estão cumprindo o propósito de suas vidas, difícil responder, porém agradeço pelo trabalho honesto e verdadeiros de todos.
Não obstante, tenho especial consideração por aqueles que, mesmo sem ocupações conhecidas da maioria, ou tendo idade mais avançada, conversam conosco de maneira atenciosa. Embora, na maioria das vezes, tal troca de informações torna-se quase um monólogo, pois o conhecimento deles vem através de uma sabedoria silenciosa.
Assim foi Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, entre tantos outros.
Na época de cada um, suas intenções não eram gigantescas, pelo contrário, suas atitudes eram muito simples. Madre Teresa? O amor através de um abraço nos doentes e pobres. Gandhi? O jejum pela não violência. Mandela? O desejo de respeito e igualdade.
Não posso saber se estavam na missão da sua alma, mas me atrevo a concluir que, através de pequenos gestos, certamente o mundo não teve dúvidas da sua importância e dos resultados benéficos dos seus atos.
Assim, o que tornou estas pessoas gigantes perante o Universo, foi que, de tão singelas e simples em seu caráter e personalidade, suas atitudes também podem ser realizadas por qualquer um de nós.
Essa constatação trás a pergunta: Por que então não realizamos também essas pequenas coisas?
Pois é… eu também me pergunto isso.
Jornal do NEIE-CEM, Edição 160, Setembro de 2010
Endereço original: http://www.jornaldocem.com.br/edicao-160-setembro-de-2010/pequena-ou-grande-missao/