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Adeuses de saudade

Por: Francisco Cavalcanti Mangabeira

*

Olhando a Terra envolta em sombra escura,

Fico a cismar sozinho na saudade…

O’ Galera da Vida, que procura

O teu giro na luz da imensidade?

Vejo o assomar de cenas vis e insontes

Do palco de mim mesmo ressurgidas.

Nos brilhos festivais dos horizontes

Decifram-se mistérios de outras vidas.

Recordo os dias tristes e risonhos…

No presente, o passado entre em conflito…

Na teia luminosa de mil sonhos,

O meu pensar desmaia no Infinito…

Doces notas ecoam delicadas…

Há lira oculta além dos promontórios

Das nuvens de outras terras, espalhadas

Por alfombras varando espaços flóreos.

Vastos campos de dores e prazeres

Entreabrem-se ao mundo e aos corações.

A carícia da fé embala os seres,

E as almas são repuxos de orações.

Em toda a parte o amor vibra e esplendora…

A vida – movimento de beleza –

Revela o eterno bem estrada afora

Em cada pulsação da Natureza.

Quais belos focos de esperança,

Almas libertas tomam novo alento.

Do Amor Sem Fim derrama-se a bonança…

Em tudo há melodia e encantamento…

*

Terra! Galera ao sol, luta e porfia!

Guarda contigo a Grande Humanidade!

Homens! Canta a festa da alegria,

Enquanto choro adeuses de saudade!… 

Nota

Do livro Antologia dos Imortais, obra mediúnica psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.
  

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