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Ansiedade

Autor: Cruz e Souza (espírito)

*

Todo esse anseio que tortura o peito,

Estrangulando a voz exausta e rouca,

Que em cada canto estruge e em cada boca

Faz o soluço do ideal desfeito;

Ansiedade fatal de que se touca

A alma do homem mau e do perfeito,

Sobe da Terra pelo espaço eleito,

Numa imensa espiral, estranha e louca,

Formando a rede eterna e incompreendida,

Das ilusões, dos risos, das quimeras,

Das dores e da lágrima incontida;

Essa ansiedade é a mão de Deus nas eras,

Sustentando o fulgor da luz da Vida,

No turbilhão de todas as esferas!…

 *

Nota

O soneto acima, psicografado por Francisco Cândido Xavier, faz parte do Parnaso de Além-Túmulo.

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