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Ante a dor

Autora: Elizabeth Montenari

Quando a Dor aparece no caminho,

Constrangendo e ferindo o coração,

Clama o Ser contra torturante espinho,

Rebelando-se ante o aguilhão.

Tristes lágrimas de insatisfação,

Encharcando-lhe a alma em torvelinho,

Amenizam o fogo da paixão

E despertam a Fé devagarinho.

Revolvendo-lhe o solo interior

Enseja-lhe a mudança, de mansinho,

Na conquista do vero e puro Amor.

Eis a amiga de imenso valor,

Cujo guante(1) onusto(2) faz-se arminho(3),

Dando ao Ser o laurel de vencedor!

Glossário

(1) Guante: luva de ferro; (fig.) lugar de sofrimento, local de expiação e prova, com obstáculos a vencer a todo instante.

(2) Onusto: carregado, sobrecarregado, repleto.

(3) Arminho: macio, mimoso, fofo.

Nota

Do livro Ceifa, com poemas de autoria de Elizabeth Montenari, de Leopoldina (MG)

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