Autor: João de Deus (espírito)
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Logo após a cabra-cega,
Zezinho, todo suor,
Ao lado do professor,
Dizia para um colega:
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— Eu hoje já fiz das minhas,
Amanheci no brinquedo,
Levantei-me muito cedo,
Apedrejando as galinhas.
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Quebrei xícaras e pratos,
Pus fogo ao quintal vizinho,
Chicoteei meu cãozinho,
Dei pancadas em dois gatos.
*
Furtei doces à cozinha,
Queimei um sapato e um pente
E atirei água fervente
Ao rosto da empregadinha.
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Esfregando as mãos, contente,
Sem respeito, sem temor,
Perguntou ao professor:
— Não julga que sou valente?
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O mestre, sem repreender,
Respondeu-lhe, em desconsolo:
— Não passas de um grande tolo
Que tem muito que aprender.
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Nota
Do livro Jardim da infância, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.