Autor: Casimiro Cunha
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Para quem viveu na Terra
Em meio dos sofredores
E somente frias dores
No mundo ingrato colheu,
O frio beijo da morte
É o beijo da liberdade,
É um raio de claridade
Que vem da altura do Céu.
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A vida terrena é a noite
Que precede as madrugadas
Das regiões aureoladas
De amor, de verdade e luz:
Sem paradoxo, portanto,
O gozo é o próprio martírio,
Que se fez excelso lírio
Na devoção de Jesus.
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A morte é a deusa celeste
Da vida, da plenitude,
Que a alegria da virtude
Faz, linda, desabrochar;
Seu beijo é um raio de luz
Do dealbar das alturas,
Que na noite de amarguras
As almas vem despertar.
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Nota
O poema acima integra o Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada por Chico Xavier.