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O irmão

Autor: Alphonsus de Guimarãens (espírito)

*

Por que ajuízas com ironia,

Sobre as obscuridades do irmão

que sobe dificilmente a montanha?

*

Quando atravessava a floresta

O pobrezinho julgou que o Amado

lhe falava à mente pela voz do trovão

*

E lhe erigiu altares

Enfeitados de flechas.

Depois,

Quando penetrou noutros círculos,

Acreditou que o Senhor pertencia somente ao seu grupo

E que as outras comunidades humanas eram condenadas…

*

Lutou, sofreu, feriu-se em dolorosas experiências.

O Amado, porém, jamais o deserdou por isso.

Deu-lhe novas forças,

Concedeu-lhe oportunidades diferentes.

Por vezes,

Buscou-o no fundo dos abismos,

Como pai carinhoso,

Em busca da criancinha abandonada.

*

De tempos a tempos,

Fê-lo dormir no regaço,

Ao influxo do bendito esquecimento,

Para que o sol do trabalho lhe sorrisse outra vez.

Não observas em seu caminho áspero a tua própria história?

Não atormentes com palavras amargas o irmão que se eleva

Laboriosamente,

Dando ao mundo o que possui de melhor.

Ama-o, faze-lhe o bem que possas.

Se já atingiste

Algum topo de colina,

Contempla as culminâncias que te aguardam

Entre as nuvens,

E estende as mãos fraternas

Àquele que ainda não pode ver o que já vês.

Nota

A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo

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