Autor: Rodinei Moura
No livro “O Monge e o Executivo”, do autor James C. Hunter, uma definição interessante de liderança nos chama a atenção, deixando claro pela própria definição o porquê de o mundo precisar de líderes: “liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”.
Evidente que não somente dentro dos ambientes empresariais podemos e devemos influenciar pessoas para se atingir objetivos que beneficiem pessoas, já que vivemos numa sociedade e precisamos tanto uns dos outros. É como um jogo de engrenagem que quando uma peça não está funcionando corretamente afeta o funcionamento de todo o sistema.
No dia a dia é possível, e já existem muitas pessoas se comportando dessa forma, exercer um tipo de conduta que sirva de exemplo e inspire às pessoas a terem atitudes mais positivas e mais humanas. Atitudes que beneficiem a todos, num círculo virtuoso, transformando a sociedade que vivemos em um lugar de seres que se respeitem como iguais e não com uma pretensa superioridade.
Este tipo de comportamento reflete cidadãos maduros, seguros de suas qualidades e em paz com seus defeitos, ainda que na busca constante de melhorar-se. São pessoas que não se frustram com suas limitações, enxergando estas como fator propulsor de progresso. Elas se respeitam e, portanto, conseguem respeitar a todos ao seu redor com muita facilidade.
Não vivem em estado de competitividade desleal, aquela competitividade agressiva, desgastante e que reflete mais insegurança. Pois têm consciência de que o sucesso, em todos os setores da vida, é consequência de se dar o melhor de si e vem no tempo certo. É consequência da autolapidação, de se manter foco nos seus objetivos sem a necessidade de se perder energias humilhando aqueles que supostamente lhe ofereceriam perigo.
Liderar, dentro deste conceito citado no primeiro parágrafo, é extremamente gratificante, pois diferentemente de chefiar, aquele que lidera acaba sendo admirado e recebendo por isto mesmo os bons fluidos emanados por todos aqueles que são beneficiados pelas atitudes do líder. Já que este conduz os liderados para um patamar diferente de compreensão da vida, fazendo-os enxergar que a suposta obrigação é benéfica, primeiramente, para quem a exerce.
O líder, diferentemente do chefe, atrai simpatia, é querido e admirado. E quem não precisa de um sorriso na sua caminhada? Quem não precisa de compreensão, já que somos todos falíveis? Quem não precisa de um ombro amigo?
Desta forma, os liderados sentem-se úteis ao invés de escravizados. E a liberdade, como algo intrínseco ao ser humano, é um fator que, quando desprezado, causa revolta. E, portanto, balbúrdia.
Já o respeito pelo semelhante desperta neste a atitude de respeito. Desperta-se, desta forma, o melhor do próximo através do melhor de cada um. Sem desgastes, sem conflitos. Mas com a força poderosíssima do exemplo.
O consolador – Ano 9 – N 435 – Artigos