Autor: Marcus De Mario
Diante de tantos quadros de violência e descaso público que assolam nossas escolas uma parcela do professorado está estressada, desestimulada e literalmente jogando a toalha, desistindo de maiores esforços no magistério, decidindo por dois caminhos, duas alternativas: retirar-se do magistério ou continuar simplesmente aguardando a aposentadoria. Entendemos o que está acontecendo, mas por outro lado vemos aqueles professores dedicados, criativos e com muito amor à profissão, e convido a você, professor, para olhar para essa terceira alternativa, esse outro caminho: não entregar-se às mazelas do sistema, seja ele público ou particular, trabalhando para fazer a diferença.
Não sei se você, professor, já parou para refletir sobre a sua importância para a formação da sociedade em que vivemos, pois você é o desenvolvedor das aptidões, das habilidades, das competências e também do caráter, junto com a família, das crianças e dos jovens, ou seja, das novas gerações, que diariamente se dirigem para a escola na esperança de crescer um pouco mais, não na altura física, mas como ser humano.
Sabe, professor, é preciso que você sinta esse ser que está com você na chamada sala de aula, que prefiro chamar de espaço de aprendizagem coletiva, que é um ser humano pensante, se emociona, vive intensamente, ou está à margem precisando de um aceno, um abraço e de entendimento sobre porque ele deve estudar e qual a aplicação na vida do que estuda. Em outras palavras, o ensino escolar somente será humanizado se você, professor, se humanizar e ir além dos conteúdos programáticos do currículo.
Independente das leis, dos programas oficias, das burocracias, é você professor que pode fazer a diferença sendo criativo, afetivo e estimulador do potencial dessas crianças e jovens, para que elas se sintam motivadas a bem viver, a aprender a empatia que as leva a fazer aos outros somente o que gostariam que os outros lhes fizesse, o que está tão em falta no mundo atual.
Para trabalhar a humanização você deve trabalhar em si o sentimento do amor. Amor pela educação. Amor pelo ensino. Amor pela vida. Amor pelos outros. Ter disposição afetiva para caminhar junto, para integrar os vários agentes educativos, destacando-se a família e a comunidade. Não ter medo de colocar em ação práticas pedagógicas inovadoras. Não ter receio de transformar a escola, pois somente assim assistiremos a sociedade se transformar para melhor, sendo mais justa, menos violenta.
Professor, não perca a esperança. Mas não fique aguardando que a transformação venha de fora, aconteça pela iniciativa de outros. Seja você o protagonista que, com amor e dedicação, criatividade e inovação, vai transformar a escola, o ensino, a família, a comunidade e, enfim o mundo. Acredite nisso, é o que lhe peço, pois com seu exemplo seus colegas ficarão contagiados, e teremos então uma massa significativa de educadores trabalhando por uma humanidade mais feliz.
Bom trabalho para você.