Autora: Teresinha Olivier
Ninguém educa ninguém. Cada um educa-se a si mesmo.
Estamos falando aqui da educação da alma imortal, a educação que leva à evolução espiritual, à conquista de valores morais e espirituais elevados.
Se ninguém educa ninguém, qual foi a função então dos grandes missionários que vieram ao mundo, enfrentando grandes dificuldades, para trazer ensinamentos com o objetivo de impulsionar a evolução da humanidade, como Jesus, por exemplo? Se ninguém educa ninguém, qual foi a função deles?
Analisando essa ideia, entendemos que os grandes missionários mostram o caminho, procuram estimular o ser humano a trilhar esse caminho; orientam sobre as consequências de se seguir ou não suas orientações, seus ensinamentos e exemplos; esclarecem sobre a necessidade de se harmonizar as escolhas e decisões a esse aprendizado e os benefícios que isso trará; mostram com palavras e exemplos a importância e a necessidade de se trilhar o caminho do conhecimento e das virtudes.
A atuação desses missionários vai até aí. A partir daí vai depender do ser humano de seguir ou não o caminho colocado à sua frente.
Vai depender da consciência que ele tem da importância desses ensinamentos para sua vida.
Se ele não tiver a consciência dessa importância, vai achar que aquilo não é para ele, é para os outros. Se o que dá a ele sentido e motivação de viver são apenas os interesses da vida material, aquelas orientações não têm sentido para ele.
Enquanto ele estiver nesse patamar de consciência, o mais elevado dos missionários não o convencerá.
Porque o ser humano tem livre-arbítrio e precisa fazer uso dele para evoluir. Se ele fosse levado pelas mãos e obrigado a se comportar dessa ou daquela forma, ele não teria necessariamente se tornado uma pessoa melhor, ou não teria sido educado no sentido mais amplo da palavra.
Isso não é educação, é domesticação. Os grandes educadores da humanidade não agem dessa forma, não constrangem ninguém, respeitam o livre-arbítrio de cada um.
O ser humano necessita chegar a uma maturação espiritual, ou seja, um amadurecimento espiritual ao ponto de sentir necessidades diferentes para sua vida. Precisa chegar ao ponto de perceber e de sentir que falta algo que está além das futilidades que o cercam, da materialidade que já não o satisfaz e das imposições que não permitem que ele utilize da sua razão e discernimento.
Nesse ponto, ele se abre para outro nível de experiências e de aprendizado.
Nessa fase de sua vida, ele pode procurar e encontrar aqueles ensinamentos dos grandes mestres que ficaram à sua disposição durante muito tempo, esperando seu despertar. Sempre estiveram ali.
Como os ensinamentos de Jesus, que estão à nossa disposição há tantos séculos e só agora estamos despertando para o tesouro que eles encerram.
Hoje nossa consciência está começando a despertar para a realidade da imortalidade da alma, da reencarnação, da evolução constante, do uso do livre-arbítrio e suas consequências, assim, temos, com essa consciência nascente e crescente, a oportunidade de nos voltarmos para os ensinamentos dos grandes Espíritos, que mostraram e mostram para nós o caminho da evolução e, como consequência, o da felicidade.
Depende de cada um o maior ou menor aproveitamento desses ensinamentos. Depende da vontade e determinação de se aprofundar nos conhecimentos superiores, de conhecer sempre mais e mais, de nunca perder a postura de aprendiz, para seguir com segurança o caminho colocado à nossa frente pelos benfeitores da humanidade.
Porém, agora, guiados não mais pelo medo do castigo e nem pelo desejo de recompensa. Castigo e recompensa não existem nas leis divinas. Mas sim guiados pela consciência desperta, onde estão gravadas as leis criadas por Deus.
E, gradativamente, vamos harmonizando nosso modo de pensar, de sentir e de agir aos ensinamentos elevados dos grandes Espíritos.
Portanto, somos nós que nos educamos, quando decidimos por nós mesmos aprender e vivenciar o que os grandes mestres nos deixaram.
Eles nos mostram o caminho, mas não podem trilhar esse caminho por nós.