Autor: Marcus De Mario
Lendo Leo Buscaglia, que foi professor, escritor, palestrante e criador do curso “Amor” a nível superior, encontrei este magnífico pensamento:
“Aprendi há muito, muito tempo que ninguém jamais ensinou coisa alguma a alguém. Eu poderia ser o homem mais sábio do mundo e lhe dizer tudo o que sei, mas se você não quiser aprender, não aprende. Lançar informações é um coisa, mas aprender é uma decisão que você toma. Não posso tomá-la por você. Aprendemos pelo exemplo, e não pelo que nos dizem. Aprendemos vendo, observando, pegando e experimentando. É assim que aprendemos. É um processo de descobrimento voluntário. Fico preocupado porque pedimos aos nossos filhos que aprendam o amor, a responsabilidade, a alegria de viver, e não é muitas vezes que lhes oferecemos muitos modelos. Temos pessoas que gritam por corações e que mandam as secretárias comprar cartões de namorado para as mulheres”.
Esta pérola educacional escrita por Leo Buscaglia está no livro “Vivendo, Amando e Aprendendo”, que é uma das preciosidades de minha biblioteca, e que estou saboreando há várias semanas, lendo devagar, para melhor sentir seu conteúdo. É o que devemos fazer com os bons textos, com os bons livros. E não tirá-los nunca da lista de re-leitura.
Realmente, muitas vezes acreditamos que somos bons professores e que ensinamos bem. Que nossas palavras estão sendo absorvidas. Medimos isso pelas laudas preenchidas nos cadernos. É um engano. a matéria pode estar senso copiada, e muitos alunos podem até estar participando da aula, mas os pensamentos, quantas vezes, estão em outros lugares e assuntos. Não é a quantidade de palavras que utilizamos, nem os exercícios que entregamos, que fazem o aprendizado. Aprender é um ato pessoal. O aluno só aprende se estiver conquistado, se o professor conseguir seduzi-lo para a importância do estudo.
E ainda precisamos reconhecer que o conhecimento que não transforma é apenas informação. Como diz Buscaglia, lançar informações não é acionar o processo do aprender.
Sempre defendemos, como pilar da educação, o critério da experiência própria, ou seja, que o educando possa construir o aprendizado por si mesmo, pensando, questionando, fazendo, errando, fazendo novamente. Ele não reterá conceitos de valores se apenas estudá-los na teoria.
É por isso que os pais, principais educadores da alma infantil, precisam compreender que não se educa na base de sermões, castigos e recompensas. Palavras não acompanhadas de modelos são palavras jogadas ao vento, não surtem efeito. E ouvimos as mães se queixarem: “Não adianta, falo, falo e parece que entra por um ouvido e sai por outro”. É verdade, é isso mesmo. Porque são palavras desacompanhadas do modelo. O filho sabe que a mãe e/ou o pai não tem autoridade moral, porque exigem determinados comportamento dos quais não são exemplo.
Se você ama seus alunos, se ama seus filhos, se ama sua esposa ou seu marido, seja você mesmo a falar, olhando nos olhos, “eu te amo”. Não entregue essa tarefa a terceiros.
Faça o outro querer aprender, querer amar, querer crescer. Esse é o segredo da educação.
Pensemos nisso!