Autor: Rogério Coelho
“O sexo é feito para a vida e não a vida para o sexo” – François C. Liran
Com inatacável acerto, fala-nos Saint-Exupéry aviador e notável escritor francês (1900-1944), da responsabilidade que assumimos ao estendermos a teia da afetividade em direção a alguém: Ao enovelarmos um coração com as vibrações do nosso, assinamos um compromisso de ordem pessoal e intransferível com essa criatura e o que advenha de nossa ação passa a ser uma conta aberta na Espiritualidade e, naturalmente, vamos colher os frutos sazonados gerados pelas ações equilibradas ou sorver o fel amargo e ácido de nossa irresponsabilidade.
Assim como em quase tudo e também no contexto sexual propriamente dito, refletimos hoje, o comportamento que nos permitimos no passado… Daí a variada gama de modos de exteriorização das necessidades, reclamando e esperando educação e vigilância. Há, portanto, que se ter especiais cuidados com os envolvimentos afetivos a fim de que não venhamos a cair nos abissais precipícios das paixões brutalizadas, enviscando-nos em processos obsessivos de difícil erradicação.
No que diz respeito às forças sexuais, não nos cabe impor a ninguém as nossas necessidades, sob pena de cairmos no fosso dos remorsos futuros que nos consumirão, quando o ardor arrebatado ceder lugar ao cansaço, à indiferença, ao torpor extenuante…
Necessário se faz canalizar as vigorosas forças genésicas à semelhança da condução de um veículo com freios incipientes: vigilância constante, levando-as a sustentar os ideais de enobrecimento e as lutas de elevação moral, enriquecendo-as com o estímulo do vero amor a fim de mantê-las sob controle sadio, nobre e sábio a fim de não ter do que se arrepender depois.
A prática inadequada do sexo tem sido a grande vilã a causar calamidades tanto para o indivíduo quanto para o organismo social. André Luiz chega mesmo a mencionar que a maior porcentagem de loucos internados nos nosocômios lá está por causa dos destrambelhamentos na delicada área sexual.
Fonte geradora de vida e energia, fator de estímulos e de forças, utilizado corretamente, o sexo transformar-se-á em usina de forças a serviço da vida; porém, exercido incorretamente e de forma leviana, converter-se-á em fonte de desaires psíquicos e orgânicos, gerando males sem conto.
A conduta sexual correta e harmoniosa redundará em plenitude e construção ao passo que a conduta inadequada terá por corolários frustração e destruição.
No sexo, como na vida, a sementeira livre está vinculada à colheita compulsória, guardando ambas absoluta simetria em todos os aspectos.
Tudo se reduz, pois, a simples questão de direção… Vigiemos, pois!