Autor: Marcus de Mario
Temos visto e ouvido muitas reclamações de violência física e moral na escola. São cenas tristes como: professores agredindo alunos, alunos agredindo professores, briga entre alunos dentro e fora da escola, alunos que roubam a escola e outros colegas e assim vai! Pais, professores e diretores de escolas não sabem o que fazer para resolver o problema. É uma aflição só! Mas, tem solução? Se houvesse uma receita de bolo para se cuidar da violência escolar seria bem fácil resolver. No entanto, a situação requer mais atenção e carinho por parte das pessoas envolvidas no caso.
Durante anos a fio a escola ignorou o seu papel social e limitou-se a ensinar de uma maneira que para uma determinada época foi válida. Para as escolas públicas bastava se preocupar em cumprir o currículo com os alunos; as particulares ocupavam-se do mesmo e acrescentavam também a questão comercial. Outra época! A comunicação era feita boca a boca, por rádio, televisão, jornal, revista e bilhetinho. Hoje há crise econômica, furto de dinheiro público e impunidade como no passado, porém sabe-se de tudo em tempo real! Assim, fala-se através de aplicativos de celulares instantaneamente agendando encontros e articulando ações de cunho social! Na internet se utilizam as redes sociais para todo tipo de ação seja pessoal ou comercial. Os alunos participam de greves e manifestações públicas! Agendam protestos contra os governos e fazem denúncias “on line” com vídeos produzidos por celulares. Não há mais privacidade!
As pessoas modificaram o modo de pensar e agir. Existe uma apelação muito grande da mídia comercial para incentivar o consumo desenfreado. A meta é global! São milhões e bilhões de reais, dólares e euros envolvidos na questão. Mas, tem uma coisa que não mudou e continua o mesmo: o amor. Sim! Amar! Essa é a forma de se resolver todos os problemas que nos rodeiam. Os pais amarem mais seus filhos; os educadores amarem mais seus educandos e a escola amar mais a comunidade. Motivados pelo amor ao próximo as escolas devem abrir as suas portas às comunidades, oferecer o diálogo como ferramenta de trabalho e incentivar a participação da sociedade nas mesmas. Deve buscar o contato com os pais e acolhê-los em seu seio escolar, a fim de que eles sejam multiplicadores do bem junto aos seus filhos no próprio horário de estudo.
Existem escolas que passaram a se envolver com a sociedade a ponto de oferecerem o espaço físico nos finais de semana para usufruto da comunidade local, obviamente com regras e responsabilidades. É um jogo de futebol na quadra de esportes; um encontro de chá social de senhoras; jogos diversos para as crianças; espaço para se estudar e outras atividades. Outras escolas chamaram os pais para se envolverem com o apoio escolar e atividades de recreação, possibilitando acompanharem de perto o desenvolvimento dos seus filhos. Professores e pais mais próximos, entre si permitem se conhecer as dificuldades do relacionamento familiar. Assim, o envolvimento se torna uma parceria moral resultando no óbvio: a eliminação total da violência contra a escola, professores e alunos, e a violência entre eles, que são os atores da vida escolar e também da vida social.
O amor parece morto, mas não está! Basta praticá-lo e tomar consciência da sua existência. Quando as escolas e seus dirigentes conseguirem entender o mecanismo do diálogo e da atividade colaborativa e participativa do “ternário” escola–educador- educando na nossa sociedade e somar o amor, aí se escreverá uma receita do bolo contra a violência e os estabelecimentos da paz. É “uma” receita de bolo e não “a” receita de bolo, pois cada escola é um mundo particular, feita por pessoas diferentes em contextos diferenciados, mas não temos dúvida que o amor é o ingrediente principal e essencial dessa receita.