Autor: Wil Oliveira
Todos os Espíritos pensam e oscilam entre harmonia e desarmonia. O teor dos pensamentos varia conforme a elaboração do Espírito. A prece, por exemplo, pode ser um momento em que nos interiorizamos e refletimos sobre nós mesmos. Na atitude reflexiva projetamos nossos propósitos e o que precisamos e os bons Espíritos potencializam isso. Há uma qualificação de fluidos que chegam aos necessitados e também para nós.
O pensamento é a base de todas as ligações que fazemos com encarnados e desencarnados. Nosso pensamento em comum e propósitos iguais nos ligam através da sintonia; é a base da ligação de grupo e com outros. O gosto por tal música nos liga a pessoas com gosto semelhante. N fatores nos unem, mas isso extrapola o limite físico e nos ligamos também com Espíritos, pela projeção fluídica do pensamento. Criamos condições para essa ligação com os que pensam no mesmo teor, costumeiramente sem pôr atenção em nada, descuidados; e acabamos ficando com pensamentos e situações não tão agradáveis, por essa falta de controle sobre o que pensamos. Entrar em sintonia sem observar o que estamos fazendo mentalmente é comum e precisa ser percebido, porque podemos acabar nos ligando com quem não gostaríamos, sem limites de espaço e tempo.
Mesmo distantes, nos ligamos para o Bem ou o Mal!
Palavras bonitas nem sempre representam quem é a pessoa. Será que o que falamos representa o que pensamos? Sabemos as regras, mas acabamos pensando e tendo atitudes diferentes do que queremos ter. Por quê? Como saber se há coerência conosco mesmos, entre o pensamento, a palavra e a ação? Só a auto-observação traz a resposta, e mostra se estamos sendo nós mesmos ou recebendo influências sem notar.
Vamos lembrar que vivemos numa rede de interinfluências, semelhante a rede de pesca… influências recíprocas por estarmos conectados. E é bom pensar que recebo, mas também influencio e a rede se forma com encarnados e desencarnados, pela sintonia. Não há limite preciso nem físico, para sua extensão.
Estudos espíritas com ideias libertadoras, renovadoras nos ligam aos que sintonizam com esse propósito. É como se tivéssemos uma antena que transmite e capta as ondas cerebrais e mentais semelhantes. Mas seja qual assunto for, em tudo que se vive não estamos sozinhos, e sim conectados com redes de interinfluências.
Convivemos com muitos Espíritos: anjo guardião, protetores, parentes, inimigos, desafetos, desconhecidos, oportunistas… uns ajudam e outros atrapalham. Uns estão sempre próximos e outros não. Vários Espíritos com várias intenções. Permitimos que a ação mental deles nos chegue por aceitação. Abrimos-lhes a oportunidade por receptividade ou impedimos pela recusa. Às vezes, por impulsividade e falta de atenção, aceitamos distraidamente. Temos aceitado tudo e todos ou temos tido critério?
Quando se busca inspiração há sintonia. Nossa criatividade em procura de inspirações, pode ser feita em postura firme e constante, com foco e objetividade. Nesse caso começamos a receber ondas de ideias. Mas se buscamos de forma vaga, porque nossa mente se ocupa mais com as dificuldades, frustrações e situações, que nem sempre poderão ter solução imediata, estamos como que esperando cair do céu o que precisamos… Ou seja, manter-se no objetivo, estabelece sintonia; e até para as dificuldades recebemos inspiração. Mas ficar nos problemas, nos desliga desses objetivos e eles não são alimentados e nem inspirados. Mentalmente estamos em outra rede de interinfluências, e não há estudo e busca dos caminhos e soluções que dizemos almejar.
Nem sempre sabemos se um pensamento veio de um Espíritos ou não, mas podemos observar e entender o papel dele em nossa vida. Está beneficiando ou não? Estávamos bem e nos atrapalhou ou estávamos em dificuldade e melhoramos? O que vale é examinar o teor do pensamento captado, seja influência espiritual, de mídia etc. Exemplo: ver cenas de crueldade com os animais e ficar com ódio de quem agiu assim e propor vingança, é bom? Ver isso e aprofundar a compreensão de que os animais são Espíritos em evolução, numa sociedade onde ainda há pessoas insensíveis e maldosas, mas nós já fazemos parte daqueles que são conscientes e responsáveis, nos ajuda a viver melhor e melhorar o mundo.
Podemos, em algum momento, entrar no sentimento de fraqueza, diante das dificuldades que parecem se impor. Mas não é isso, pois fomos nós que a “escolhemos” e ficamos nela. Então, o que irrita, embaraça, atrapalha, enfraquece é aceito e valorizado. Isso prejudica muito! Mas dá para perceber, pondo atenção em nós mesmos, no que pensamos e temos cultivado por dentro, a possibilidade de fazer melhores escolhas e não haver entrega a esses prejuízos! Vamos pedir ajuda, pois todo e qualquer pensamento aceito passa a ser da nossa responsabilidade. Aceitamos é nosso, e vai criar as consequências materiais e espirituais, físicas e emocionais de mesmo teor.
Então, estamos realmente no controle de nossa vida ou pensamos estar, mas já descuidamos o suficiente para estarem nos guiando sem percebermos? Só que os bons Espíritos jamais nos dirigem! Eles inspiram e respeitam nosso arbítrio e necessidade de aprendizado.
Exercício de auto-observação
Como ando pensando? O que posso perceber? Como me sinto? Como e por que cedi? Como resisti? Como lidei comigo? Preciso de ajuda?