Autor: Ivan Franzolim
O espírita deve estar sempre melhorando sua capacidade de se relacionar com o próximo
O relacionamento interpessoal é uma habilidade importante para o homem, por que está diretamente vinculado ao objetivo das encarnações. A finalidade destas, sob o enfoque espírita, é facilitar aos espíritos a necessária transformação reclamada pela lei de evolução.
Interessante observar que o processo de mudança, além de eterno e compulsório – é também incessante. O ser humano está sempre recebendo estímulos, informações, conhecimentos e assimilando as mais diferentes expressões de sentimentos, atuando ainda em favor da mudança do meio-ambiente e das pessoas com que se relaciona, constituindo uma rede complexa de comunicação.
Uma vez que tudo muda num ritmo acelerado, aumenta a necessidade do homem acompanhar essa mudança para manter o nível de integração com a sociedade e melhorar sua capacidade de ser útil.
A forma de ter acesso as mudanças que estão acontecendo, invade necessariamente o campo da comunicação e, dentro dele, o segmento relativo a comunicação entre pessoas, também conhecido por: relacionamento interpessoal.
Em todos os ambientes e situações, o homem precisa se relacionar com os semelhantes, sob pena de reduzir sua velocidade de evolução, ou mesmo estacionar. É imprescindível então, desenvolver e melhorar a habilidade de manter o melhor relacionamento possível com as pessoas de sua convivência.
Raramente alguém fica isento de críticas quando faz alguma coisa
Para os dirigentes e colaboradores das Sociedades Espíritas é preciso reforçar que o objetivo do relacionamento interpessoal nas instituições espíritas é obter resultados que melhorem a cada vez, ampliando os benefícios para todo o contingente de pessoas envolvidas nas atividades executadas.
Isso pressupõe o estabelecimento de metas concretas, bem definidas e divulgadas, de modo que todos possam partir para a mesma direção, economizando tempo, recursos e esforços.
Fazer com que o grupo possa ter a mesma visão do que se pretende atingir, é uma técnica que os norte-americanos chamam de “visualização”. Com ela, muitas organizações do Terceiro Setor estão melhorando seus resultados.
Independentemente do cargo ocupado na instituição, todos devem desenvolver a empatia e o interesse pelo trabalho do próximo, nunca esquecendo de elogiar e motivar quando surgirem as oportunidades.
Raramente alguém fica isento de críticas quando faz alguma coisa. Por isso, é preciso saber enfrentá-las, esperando-as, aceitando a parte que couber (sempre cabe alguma) e trabalhando os seus autores de modo a envolvê-los com as premissas, prioridades e necessidades, transformando-os em colaboradores. Esteja mais disposto a aprimorar as ideias, conseguindo maior participação, do que a defendê-las.
O ideal é evitar o processo de decisão por votação (mais rápido), preferindo a forma “por consenso”, que envolve e desperta compromisso de todas as pessoas pelo objeto da decisão.
Ser menos guru ou herói e mais orientador
Procurar aproveitar todas as oportunidades para conhecer mais os colegas de atividade, saber de suas ideias, de suas dificuldades. Conversar sobre coisas aparentemente sem importância, como gostos, passeios, televisão e família, criam laços de aproximação que favorecem o relacionamento e aumentam o comprometimento com a equipe e a causa.
Redobrar os cuidados quando a função exercida exige muita responsabilidade ou apresenta condições favoráveis para influenciar pessoas. Buscar ser menos guru ou herói e mais orientador.
Acreditar no progresso, não ficar prisioneiro de hábitos e comportamentos antigos que acabam cerceando a iniciativa e a criatividade. Adotar uma postura pró-ativa, buscando sempre o trabalho em grupo, e lembrando que o idealismo costuma encurtar bastante o caminho ao sucesso.
É preciso ter boas ideias, mas sobretudo, é preciso saber planejá-las e implantá-las. O método tradicional de tentativa e erro, deve ser descartado, embora seja melhor do que nada fazer. As coisas boas devem ser resultado de muito raciocínio, discussão e trabalho, caso contrário, o mérito será do acaso, pois, uma vez esgotadas todas as possibilidades de errar, sempre haverá uma chance de acerto, mesmo sem querer.
O relacionamento interpessoal também faz parte do trabalho contínuo de auto-aprimoramento conhecido como “reforma-íntima”. Trata-se, na verdade de um esforço diário para ser sincero sem ofender, ser amigável sem ser íntimo, ser objetivo sem agressividade, ser humilde sem ser submisso, ser interessado sem exagerar e ser cauteloso sem ser omisso, entre tantos outros itens. Vamos à luta, satisfeitos por constatarmos o quanto já foi conquistado e esperançoso ante as perspectivas de muito mais conquistar.
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