Autor: Wellington Balbo
Por muitos anos realizei (ainda realizo) palestras espíritas e ultimamente, para ser franco, creio que nos últimos 3 anos, comecei a colocar em dúvida a utilidade das palestras doutrinárias que são realizadas nas casas espíritas. Confesso que considerei, aliás, ainda considero, este atual modelo de palestra – um fala e todos ouvem – já ultrapassado.
Teve seus dias de glória, mas, atualmente, não sei se é o modelo mais adequado.
Pois bem. Dito isto, vamos ao fato que me levou escrever este texto.
Faz alguns dias eu estava vendo uma entrevista com um dos cantores desta nova safra de sertanejos, João Neto, da dupla João Neto e Frederico, quando ele falou sobre uma briga com o antigo empresário e como a coisa se resolveu.
Contou ele que foi ao centro espírita assistir à palestra (ele e a esposa são espíritas) e o orador, naquela noite, falou sobre o perdão.
Em dado momento o cantor olhou para trás e encontrou a esposa de seu ex-empresário, o qual se havia tornado um desafeto seu.
Aquilo mexeu com o cantor, pois o caso, a briga, estava nos tribunais. Depois da palestra, em conversa com a mulher, ela perguntou se ele não tinha que pedir perdão para alguém.
Ele, então, relembrou-se desse caso não resolvido, o encontro fortuito com a esposa do desafeto e o tema – perdão – abordado pelo orador da noite.
Para resumir, o cantor João Neto ligou para o ex-empresário e se acertaram. Quando chegaram, ambos, ao tribunal, a pendenga estava resolvida e o juiz, na ocasião – fato que ficou famoso nas redes sociais, mas que eu desconhecia -, pediu para os cantores soltarem a voz no tribunal.
Enfim, história resolvida, perdões concedidos e não posso deixar de registrar aqui que Allan Kardec fala sobre a importância das mútuas concessões. Para viver bem, meus amigos, num mundo como o nosso é preciso, quase sempre, fazer concessões. Sem concessões, ou melhor, mútuas concessões, a coisa fica muito complicada. Até porque, sejamos francos, a vida não é moleza para levarmos tudo a ferro e fogo.
Kardec, sempre com foco na qualidade de vida do Espírito, trouxe-nos esta ideia inspirada das mútuas concessões, a dar-nos um pouco mais de leveza nas relações.
História contada.
Voltemos ao tema da palestra doutrinária. Tenho que confessar: tal fato ocorrido com o cantor deixou-me pensativo sobre as palestras, a ponto de modificar meu ponto de vista anterior.
Penso que sim, elas – as palestras – têm a sua utilidade.
A grande questão, e percebi que isso estava acontecendo comigo, era a de levar em conta apenas a minha percepção das coisas, ou seja, se para mim não faz mais sentido, também não faz aos outros.
É pura arrogância.
Eis que, mais uma vez, de maneira fortuita, a vida veio me ensinar.
Sim, as palestras espíritas representam um importante papel, não apenas de divulgação doutrinária, mas, sobretudo, de ferramenta que serve ao progresso moral, grande objetivo nosso neste mundo.
O consolador – Ano 15 – N 751 – Artigos
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