O Livro dos Médiuns
Fonte: Segunda Parte – Das manifestações espíritas
Capítulo XXVI – Das perguntas que se podem fazer aos Espíritos
Sobre a sorte dos Espíritos
21.a. Podem pedir-se aos Espíritos esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo espiritual?
“Sim, e eles os dão de boa vontade, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil, e não a simples curiosidade.”
22.a. Podem os Espíritos descrever a natureza de seus sofrimentos ou da felicidade de que gozam?
“Perfeitamente, e as revelações desta espécie são um grande ensinamento para vós outros, porquanto vos iniciam no conhecimento da verdadeira natureza das penas e das recompensas futuras. Destruindo as falsas ideias que hajais formado a tal respeito, elas tendem a reanimar a vossa fé e a vossa confiança na bondade de Deus. Os bons Espíritos se sentem felizes em vos descreverem a felicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de que o arrependimento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma espécie de alívio: é o desgraçado que se lamenta, na esperança de obter compaixão.
“Não esqueçais que o fim essencial, exclusivo, do Espiritismo é a vossa melhora e que, para o alcançardes, é que os Espíritos têm a permissão de vos iniciarem na vida futura, oferecendo-vos dela exemplos de que podeis aproveitar. Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera, tanto menos saudosos vos sentireis desse onde agora estais. Eis, em suma, o fim atual da revelação.”
23.a. Evocando-se uma pessoa, cuja sorte seja desconhecida, poder-se-á saber dela mesma se ainda existe?
“Sim, se a incerteza de sua morte não constituir uma necessidade, ou uma prova para os que tenham interesse em sabê-lo.”
a) Se estiver morta, poderá dar a conhecer as circunstância de sua morte, de modo que esta possa ser verificada?
“Se ligar a isso alguma importância, fá-lo-á. Se assim não for, pouco se incomodará com semelhante fato.”
Nota. A experiência demonstra que, nesse caso, o Espírito de nenhum modo se acha empolgado pelos motivos do interesse que possam ter os vivos de conhecerem as circunstâncias em que se deu a sua morte. Se ele tiver empenho em as revelar, fá-lo-á por si mesmo, quer mediunicamente, quer por meio de visões ou aparições. No caso contrário, pode perfeitamente um Espírito mistificador enganar os inquiridores e divertir-se com os induzir a procederem a pesquisas inúteis.
Acontece frequentemente que o desaparecimento de uma pessoa, cuja morte não pode ser oficialmente comprovada, traz embaraços aos negócios da família. Só excepcionalmente, em casos muito raros, temos visto os Espíritos indicarem a pista da verdade, nesse terreno, atendendo a pedidos que lhes são feitos. Se o quisessem, é fora de dúvida que o poderiam; porém, as mais das vezes, isso não lhes é permitido, desde que tais embaraços representem provas para os que anseiam por vê-los removidos.
É, pois, embalar-se em quimérica esperança o pretender alguém conseguir, por esse meio, entrar na posse de heranças, das quais o único traço positivo que lhes fica é o dinheiro despedido para tal fim.
Não faltam Espíritos dispostos a alimentar semelhantes esperanças e que nenhum escrúpulo têm em induzir, os que lhes dão crédito, a pesquisas, com as quais os que a elas se entregam devem dar-se por muito felizes, quando daí lhes resulte apenas um pouco de ridículo.
Este conteúdo faz parte de “O Livro dos Médiuns” e reúne o ensino dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática mediúnica. Este material é o guia mais completo para todos os que se dedicam às atividades de comunicação com o mundo espiritual. Para conhecer mais Clique Aqui