Autor: Guaraci de Lima Silveira
Bendita humanidade esta que se dedica a crescer. Que busca, o tempo todo, este encontro com a Divindade Superior que tudo cria e mantém. Que se debruça diariamente sobre o novo, o inusitado, para desvendá-lo. Para torná-lo palpável estendendo limites. Há os que se cansam e desistem, há, contudo, os que se aventuram e vão quais águias explorando os céus. Lá ao longe, além da linha do horizonte, nova linha surge. Convidativa umas vezes, misteriosas outras. E, desde a antiguidade, esses elementos, almas livres, buscam desvendar os segredos, as nuances, as efemérides que cercam o mundo interna e externamente. E lá chega o dia em que reais sociedades científicas são criadas e os estudos expostos para avaliação dos pares. E lá vai o dia em que os liceus emergem das profundezas mitológicas e, vencendo o mito, estabelece a lógica. Tantos foram os grandes Espíritos que vieram, voltaram e retornaram cada vez mais sábios para endireitar os caminhos sóbrios da sabedoria neles e em nós.
O fato é que a cada dia somos surpreendidos. Algo de novo surge para nos situar como indivíduos habitantes de um Universo cujo fim e finalidades escapam aos conceitos comuns dos quais nos alimentamos neste presente. Mas é necessário “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”. Isto nos anima e nos informa sobre a grandeza que trazemos nos refolhos da mônada divina que todos somos. Se antes caminhávamos feito manadas direcionadas pelos instintos, agora podemos, sobre dois pés, erguer a cabeça e olhar para frente e para o alto, buscando ver, contemplar e entender a natureza que nos cerca. E como ela é pródiga de excelências que nos foge por completo identificar suas práticas.
Eis que nos surge uma notícia nova: O Planeta Nove. E o que vem a ser o Planeta Nove? Dizem os cientistas que é um novo corpo encontrado no Sistema Solar, orbitando nosso sol a uma média de quatro e meio bilhões de quilômetros do astro rei, com uma massa dez vezes superior à da Terra e vinte vezes superior à distância de Netuno, nosso último planeta até então consolidado. Como a distância dele em relação ao Sol é aproximadamente de quinhentas e noventa e sete vezes superior à distância entre a Terra e o Sol, esse novo planeta levaria de dez a vinte mil anos terrestres para realizar uma órbita completa em torno do Sol.
E ainda há os que pensam ser a Terra a única morada da Casa do Pai! Este estudo foi publicado no periódico Astronomical Journal, por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês). Eles dizem ter encontrado “evidências sólidas” de um nono planeta, com órbita estranhamente alongada para esse tipo de corpo celeste, na periferia do Sistema Solar. Segundo os autores do estudo, a existência do “Planeta Nove” ajudaria a explicar uma série de fenômenos misteriosos que ocorrem com um conjunto de objetos congelados e destroços localizados além de Netuno, conhecido como Cinturão de Kuiper.
Sim, sempre novas descobertas surgirão. O que nos compete é estarmos prontos para elas, absorvendo-as sem aqueles preconceitos que tanto dificultaram e ainda dificultam nossos avanços mentais. Sair da caixa escura do ego inferior, avançar além, conhecer, pesquisar, apropriar.
Diz-nos Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, capítulo II – Item 13: “Toda ciência não se adquire senão com tempo e estudo; ora, o Espiritismo, que toca nas mais graves questões da filosofia a todas as ramificações da ordem social, que abarca, ao mesmo tempo, o homem físico e o homem moral, é, ele próprio, toda uma ciência, toda uma filosofia que não pode ser aprendida em algumas horas, como todas as outras ciências; haveria tanta puerilidade em ver todo o Espiritismo em uma mesa girante, como em ver toda a física em certos jogos infantis. Para todo aquele que não quer se deter na superfície, não é preciso horas, mas meses e anos para sondar-lhe todos os arcanos”.
Desta forma estamos e estaremos sempre em constantes aprendizados. Sonhar, pesquisar, encontrar. Boa tríade para consolidar em nós o conhecimento necessário aos avanços espirituais. Nosso Sistema Solar crescerá com a possível descoberta de um novo planeta. E nós, igualmente, cresceremos sempre com novas descobertas que nos compete realizar.
“É quase irônico pensar que, enquanto os astrônomos encontram centenas de exoplanetas a anos-luz do nosso sistema solar, esse tempo todo nós temos um bem aqui no quintal”, afirma o astrônomo Alexander Mustill, que faz parte da equipe de pesquisa.
É mesmo assim, às vezes as coisas estão bem próximas de nós e não as percebemos. Sonhos, Pesquisas e Encontros é o título que demos a esse artigo. Enquanto essa tríade persistir estaremos aptos a crescer. “Sonhar sempre” como nos disse o saudoso poeta Vinícius de Moraes. Pesquisar em laboratórios, campos, bibliotecas e seja lá onde for necessário e encontrar o novo, inusitado, nunca antes visto ou visto de passagem. Isso dá sentido à vida, razão gigantesca para olhar o céu diariamente e agradecer a Deus pela chance de viver não apenas num corpo físico perecível, mas como alma que jamais se extinguirá, avançando sempre.
O consolador – Ano 10 – N 503