Teresa Neumann (a estigmatizada de Konnersreuth) era filha de um alfaiate de Konnersreuth. No estado normal, Teresa Neumann era uma mulher simples, de gênio alegre, de ardente fé religiosa. Durante a crise dos estigmas (que lhe apareceram, pela primeira vez, na Semana Santa de 1926) revive a paixão do Cristo e emite frases e palavras em língua Araméia, inclusive as que o Mestre pronunciou na cruz. O aramaico era o idioma que Jesus habitualmente falava e não o hebraico ou o grego.
Eis uma amostra das frases ou palavras que a estigmatizada pronunciava durante as crises que sofria:
— Salabu (crucificado)
— Jebudaje (Judeu)
— Schlama raboni (Eu te saúdo mestre). Estas palavras Judas as proferiu no jardim das Oliveiras.)
— Magera baisebua jannaba; Jannaba magera baisebua (segundo Teresa Neumann, teriam sido estas palavras que os Apóstolos proferiram quando Jesus foi traído.)
— Abba Shabock lá hon (Pai, perdoa-lhes — palavras ditas pelo Cristo, na cruz.)
— Amen Amama lach bjani afte esmi b’pardesa. (Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso — palavras que Jesus teria dirigido ao bom ladrão.)
Certa ocasião, em que diversos orientalistas eminentes a cercavam, a estigmatizada ouviu de novo as palavras pronunciadas pelo Mestre na cruz, entre elas a exclamação: As-che! (Tenho sede!). Concordes, todos aqueles orientalistas declararam que teria enunciado esse pensamento por meio da palavra SACNENA. “Ora, do ponto de vista teórico”, — elucida o Prof. Ernesto Bozzano — “é altamente sugestiva esta substituição de palavras, uma vez que ninguém a tinha em mente.
Mas, de onde teria Teresa Neumann tirado a inesperada e correta palavra: AS-CHE? Os orientalistas não chegaram, a respeito, a nenhuma conclusão.
De outra feita, estando a seu lado o Dr. Wutz, notável orientalista, a registrar as palavras que ia proferindo, ouviu-a pronunciar uma frase araméia que não lhe pareceu correta. Observou, então, à estigmatizada: “Teresa isto não é possível. As palavras que disseste não são aramaico. ” Respondeu ela: “Repeti as palavras que me disseram. ” Perplexo e duvidoso, regressando a casa, aquele erudito pesquisador apressou-se em consultar documentos aramaicos; e, num dos mais antigos dicionários desse idioma deparou com uma frase idêntica à que a jovem pronunciara. Teresa Neumann, na verdade, falava o mais puro e autêntico aramaico, fato que seria ratificado por esse Prof. de Teologia semítica na Universidade de Yale.
Finalmente, o Prof. Ernesto Bozzano levanta a seguinte questão: admitindo-se que Teresa Neumann se achasse realmente em comunicação com o Mundo Espiritual, quem era a entidade que lhe transmitia, em língua aramaica, as frases da ‘ Paixão de Jesus?”. A vidente percebia junto dela Santa Teresa, isto é, a santa cujo nome lhe fora dado; mas, as palavras em aramaico, que eram, de sua parte, repetidas foneticamente, ela as aprendia por clariaudiência, e não se sabe se declarou, alguma vez, que era a entidade que lhas transmitia.
O certo é que muitos dos que estudaram, de perto, o fenômeno retiram-se convencidos de que a estigmatizada se achava em comunicação com uma personagem que não só viveu ao tempo de Jesus, como foi testemunha de sua Paixão.
Fonte: As mulheres médiuns.