Entrevistador: Luís Márcio
Jovem ele é e percebemos isso em seu rosto. Mas isso não é o mais importante. Aos 32 anos Tiago Cintra Essado é promotor de Justiça, mestre em Direito Público e autor da obra “O princípio da proporcionalidade no Direito Penal”, além de ser o presidente da AJE – SP, Associação Jurídico Espírita que, fundada em março de 2009, já conta hoje com mais de 200 associados.
Foi interessado nesta ideia que, através do jornalista Luís Márcio, entrou em contato com o Tiago para batermos um papinho que você confere logo abaixo.
Como surgiu a ideia de fundar a AJE-SP?
A ideia de se fundar a AJE-SP surgiu a partir dos trabalhos desenvolvidos em Franca/SP, no Grupo Espírita de Estudos Jurídicos Prof. Fernando Ortiz, desde 2002. Além disso, sempre vimos com muita admiração o brilhante trabalho feito na área médico espírita, por meio das AME´s (Associações Médico-Espíritas) e que o mesmo poderia se dar no movimento jurídico. A ideia foi crescendo e os interessados foram se aglutinando.
Quais seriam os seus objetivos?
A AJE-SP busca, em síntese, desenvolver trabalhos para congregar os espíritas operadores do direito (juízes, promotores, advogados, delegados, policiais, estudantes e interessados em geral), com o fim de discutir e refletir sobre propostas para melhorar o nível ético da Justiça e de contribuir para sua maior humanização.
Como seria a atuação prática da AJE-SP?
Além dos seminários, palestras e simpósios promovidos, a AJE-SP vem, dentre de suas possibilidades estatutárias, orientar as casas espíritas, quanto a questões jurídicas, e promovendo medidas com o fim de garantir a atuação do movimento espírita nas instituições públicas em geral.
Quais os benefícios desta associação para a comunidade espírita?
Em primeiro lugar, a AJE-SP passa a se constituir em uma referência jurídica para toda a comunidade espírita. Em segundo lugar, pode se tornar uma referência importante na seara jurídica do movimento espírita e da própria Doutrina Espírita.
Como o senhor vê a questão da bioética e o espiritismo?
A Bioética cuida da vida e suas implicações éticas. Tem toda a relação com a Doutrina Espírita, já que o espírito é o centro da própria doutrina. Caberá a nós espíritas, seguirmos as orientações de Kardec e dos espíritos que formularam a Doutrina dos Espíritos: rejeitar nove verdades se preciso, mas não aceitar uma mentira; seguir sempre ao lado da Ciência e, se o caso, modificar-nos em algum ponto.
Questões muito discutidas como legalização do aborto, da eutanásia, da maconha e da pena de morte são ideias que ainda assombram os espíritas. A AJE-SP poderá contribuir para impedir estas legalizações, por exemplo?
A AJE-SP deve, necessariamente, posicionar-se perante os palcos da engrenagem social, usando dos mecanismos legais para pleitear o que entender útil e viável, sempre segundo a ótica da Doutrina Espírita. Nesse sentido, a AJE-SP, por meio de seu departamento jurídico, já possibilitou, em 2008, o ingresso da AME-BRASIL, através da Dra. Marlene Nobre e Dra. Irvênia Prada, na audiência pública no STF – Supremo Tribunal Federal – sobre o caso do aborto do anencéfalo.
Como um advogado pode se associar?
Não só o advogado, mas qualquer operador do direito e interessado em geral pode se associar por meio do site www.ajesaopaulo.com.br
Em sua opinião, qual a melhor maneira de combater a delinquência entre os jovens?
O combate à delinquência se dá por meio da prevenção, consistente sobretudo na educação do caráter.
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Rogamos que mantenham sempre viva a chama dos ideais evangélicos de Jesus. É preciso estar no mundo, mas sem ser do mundo. Ter disciplina, persistir sempre, procurando a prática do amor e da caridade.
Fala MEU! Edição 79, ano 2009
Observação: Foto da chamada de texto atualizada em 2023