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Transformação interior

Autora: Teresinha Olivier

Vivemos sob a lei do progresso, lei essa que nos impulsiona ao crescimento espiritual naturalmente e nos faz sentir necessidades íntimas de renovação, de transformação interior, de aprimoramento moral e intelectual.

Quando nos deparamos com conflitos íntimos, desconforto com nossos pensamentos e sentimentos; quando não mais nos comprazemos com coisas que nos atraíam; quando nossas ações e reações começam a nos incomodar; quando não nos sentimos bem conosco mesmo e quando essas crises internas se refletem no exterior, nos nossos relacionamentos e atividades, somos levados a questionar nossos valores, nosso modo de pensar, ser e sentir.

Esse questionamento nos remete ao autoconhecimento, que é um processo de nos inquirirmos intimamente quanto à natureza dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, processo esse importantíssimo à necessidade de renovação interior que desperta em nós.

Que tipo de pensamentos eu alimento? Que tipo de sentimentos eu cultivo? Por que ajo dessa forma? Por que reajo assim diante de certas situações? Por que falo essas coisas? Quais são as consequências desse meu modo de ser?

São questionamentos que podemos fazer se quisermos de fato nos conhecer intimamente e analisar onde precisamos e podemos nos melhorar.

Como fazer a transformação interior?

Precisamos de modelos, de exemplos, de pontos de referência, como guias para nortear nossa caminhada e os buscamos naqueles que deixaram suas marcas, seus ensinamentos e exemplos.

É claro que podemos nos enganar e adotar exemplos negativos, que nos orientam comportamentos antissociais e até mesmo violentos. A humanidade tem disso muitos exemplos. Mas isso também faz parte do aprendizado, porque, as consequências das más escolhas levam à experiência e ao conhecimento. Tudo é levado em conta da evolução.

Cada um, de acordo com suas crenças, sua cultura, com as influências que recebe, vai encontrar parâmetros com os quais poderá se identificar e conformar o seu comportamento. O tempo e as consequências dirão se o caminho escolhido é o ideal ou não, ou se foi bom para uma época e não o é para outra. Mas o aprendizado sempre estará presente.

Para o cristão, o exemplo é Jesus. Para o espírita, o guia são os princípios do Espiritismo que, na verdade, estão embasados nos ensinamentos morais do Cristo. Portanto, os ensinamentos de Jesus à luz dos princípios fundamentais da doutrina espírita, são o modelo para o espírita.

Procurar compreender a essência desses ensinamentos, nos debruçando sobre esses estudos, não os aceitando cegamente, mas analisando-os profundamente; avaliá-los, comparando com outros modelos, concluindo se de fato são valores válidos para nossa vida, usando a razão e o discernimento, são passos importantíssimos para as nossas escolhas futuras.

Constatando que, de fato, esses valores fornecem uma base segura, lógica e eficiente para conduzirmos a nossa existência, os adotaremos com consciência e não porque alguém nos disse que eram os ideais.

Estaremos assim buscando modelos fora de nós sem deixarmos de usar os recursos internos que possuímos como seres inteligentes que somos.

E, procurando senti-los em nossa alma, dando aos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atitudes um direcionamento em conformidade a esses princípios, iremos, gradativamente, nos renovando interiormente, transformando (e não destruindo) o “homem velho”, no “homem novo”, alimentado agora por valores mais nobres e elevados.

Quando o homem não sente essas necessidades internas de renovação, quando ainda se sente confortável dentro de um comportamento baseado em valores fúteis ou até mesmo nocivos para si mesmo e para outros, pode ficar estacionado, como ensina a doutrina espírita, mas chega um momento em que sua evolução é determinada pela “força das coisas”, expressão usada por Kardec para demonstrar que o indivíduo é praticamente “empurrado” para o progresso moral e intelectual, sem ter a consciência disso.

É um processo mais complicado, porque significa que ele deve enfrentar situações difíceis, consequências naturais do seu próprio proceder, e aprender com elas, mesmo sem saber o que está acontecendo com ele. São difíceis porque ele não tem consciência dos motivos e nem das finalidades de tudo aquilo. A ignorância o faz sofrer.

Quanto maior a consciência da nossa realidade espiritual, mais rápido é o processo evolutivo, porque se sabe para onde ir e o porquê.

Nesse sentido a frase de Jesus “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” fica mais clara ao nosso entendimento.

Para isso, o caminho, para o espírita, está no estudo aprofundado das leis de Deus que regem as nossas vidas: a imortalidade da alma, a reencarnação, o livre-arbítrio, as consequências naturais das nossas escolhas, as leis morais, são princípios que, estudados seriamente, nos ajudam a compreender o porquê dos desafios que enfrentamos e o que fazer para caminharmos de forma mais rápida e tranquila, porque mais consciente,  rumo ao objetivo para o qual fomos criados, que é a perfeição espiritual.

Vencendo gradativamente o estágio de ignorância quanto à realidade do espírito imortal, a criatura, consciente da sua natureza e do seu destino grandioso, caminhará mais depressa.

Tenhamos fé, mas a fé raciocinada, fruto do estudo e de muita reflexão; estudemos as leis maiores; trabalhemos em prol de nós mesmos para termos condições de trabalharmos em prol dos nossos semelhantes.

Assim, começaremos a sentir dentro de nós a luz renovadora. Já a temos no íntimo, mas podemos fazê-la brilhar, usando a nossa vontade e determinação.

Dica

A autora participa semanalmente dos grupos de estudos online, abaixo. Se tiver interesse em participar também, são abertos para todos os públicos.

Reuniões: Estudo do livro O Céu e o Inferno (primeira edição autêntica)

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