Autor: Marcus De Mario
Fala-se em educação para o trânsito para respeito à leis e diminuir o índice de acidentes e vítimas, educação da população para o combate ao mosquito transmissor da dengue, educação social para respeito às normas de convivência nos centros urbanos, e, claro, educação moral de todos nós para combate à corrupção, à violência e outros males. Sempre educação.
Talvez as pessoas, quando falam desses diversos tipos de educação, não estejam alcançando o alto significado de educar, talvez estejam no nível da instrução, mas não é mais importante fazer essa discussão, e sim compreender que há uma certeza: somente a educação pode dar jeito nas coisas que não estão indo muito bem.
Transformar essa certeza em ações concretas e contínuas é o que nos falta, pelo menos no contexto geral, pois a educação vive sempre à mercê dos interesses políticos, culturais, corporativos, quando deveria ser a base da vida humana e nortear os demais interesses numa perspectiva coletiva, e não individualista como hoje sucede.
E não é difícil fazer isso, pois temos exemplos muito bons na área da educação que podem ser copiados, adaptados e serem exercidos no contexto de um projeto interdisciplinar que vai se realimentando ao longo do tempo, porque continuidade é imprescindível para alcançar bons e duradouros resultados.
Assisti recentemente o filme “Coach Carter”, ou “Técnico Carter – Treino para a Vida”, com o ator Samuel L. Jackson, baseado na história real do ex-jogador americano de basquete Ken Carter, que tornou-se técnico da equipe juvenil de basquete do Colégio Richimond, onde apenas 50% dos alunos se formavam, e destes apenas 6% chegavam à universidade. A realidade mostrava que os alunos hispano-africanos, maioria no colégio, tinham 80% de chance de serem presos por crimes cometidos. Mas ele mostrou à direção do colégio, aos professores, aos alunos e à comunidade, que a educação é o caminho para transformar. Superou os obstáculos de seu ambiente e mostrou aos jovens um futuro que vai além de gangues, prisão e até mesmo do basquete.
A educação não é uma panacéia, um remédio que tudo resolve; é o único caminho que pode transformar a atual e a nova geração, que então transformarão a sociedade.
Não fosse assim e ninguém estaria dizendo que trânsito, dengue, comportamento social, etc são uma questão de educação.
Pensemos nisso!