Autor: Wil Oliveira
A autonomia é uma importante meta da educação.
Ela consiste na capacidade que cada indivíduo possui (quando possui) de tomar decisões próprias, não forçadas, e baseadas nas informações disponíveis.
Além disso, uma pessoa autônoma pode contribuir de modo renovador, construtivo e colaborativo dentro da realidade em que vive.
Caminhar para uma educação baseada na autonomia é um dos grandes desafios atuais, pois é muito mais fácil ficar na heteronomia, que é escolher o que outros determinam, exigem ou “cobram”, estabelecendo um comportamento de dependência, submissão e obediência; elementos sempre exteriores ao próprio indivíduo. Mas… a maioria já está acostumada a isso.
É comum observamos estudantes desinteressados pelo seu próprio aprendizado. Não só pelo processo de aprender, mas também pela vida e suas inúmeras possibilidades. Desinteresse que muitas vezes vem do desconhecimento, ou então, de não saber utilizar o tanto de autonomia que já possuem, para gerir a própria existência; isso por falta de experiência, maturidade ou vontade.
A autonomia provoca no indivíduo o seu autodescobrimento, processo pelo qual ele mesmo compreende-se e percebe a sua real essência e características, bem com os motivos pelos quais está aqui e agora.
Aos educadores, sejam da escola ou não, cabe desenvolverem a percepção de qualidades, ainda que latentes ou mínimas, em cada indivíduo que encontrar no seu caminho. Pois ao valorizarem essas qualidades, pequenas ou grandes, isso funciona como um impulso que desperta nos educandos o “acreditar” na sua capacidade de melhorar e progredir.
Além disso, é importante respeitar a liberdade e dar-lhes a possibilidade de escolha. E sempre que possível, é fundamental que sejam encorajados a pensarem de modo autônomo.
Dessa forma, desenvolver a autonomia pede uma certa imersão em situações que possibilitem a compreensão, conhecendo a si mesmo e a realidade na qual está inserido; também, alguma tolerância, já que o outro possui uma forma de pensar, sentir e agir diferente; e um tanto de empatia, que é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, seja qual for a situação.
E precisa-se de um pouco de discernimento entre o certo e o errado, o bem e mal, mesmo que relativos; alguma curiosidade, para descobrir aquilo que desconhece; e algum questionamento, para pensar, repensar e refletir…
Disso resulta discernir o que quer para si!
Mas tudo depende de a pessoa ter despertado a vontade de aprender, nas diversas situações e circunstâncias da existência. Ou que seja ajudada a chegar nesse despertar.
Com essa perspectiva, visa-se estimular o desenvolvimento de indivíduos mais humanos, analíticos, reflexivos, libertos, capazes de acolher o diferente, o que lhes serve, e não o que todos “acham”…
E sempre (re)lembrar que nada é definitivo ou permanente, porque a transformação e o aperfeiçoamento são intrínsecos às criaturas, por sermos portadores da lei de evolução.