Autor: Wil Oliveira
Qualquer coisa que possa impedir a autorrealização individual, não apenas atrasando o progresso de uma pessoa, mas mantendo-a estagnada: isso é violência – não permitir que as pessoas se desenvolvam em seu potencial é violência
Mahatma Gandhi
Gandhi, na sábia simplicidade de seus valores: verdade e não violência, nos proporciona uma reflexão sobre a violência, o progresso e as nossas ações e reações diárias.
Não permitir que as pessoas se desenvolvam, se transformem e aperfeiçoem, dentro do seu potencial, é violência, pois segura, impede o crescimento, o adiantamento da criatura. E será que no nosso dia a dia mantemos as pessoas estagnadas ou as estimulamos ao seu crescimento?
Preenchemos nossas vidas e nosso dia a dia com coisas e situações para mascararmos a real necessidade, o real objetivo de estarmos aqui e agora? Aliás, qual é a nossa necessidade verdadeira?
Quando se fala em violência, já nos vem a imagem de uma pessoa raivosa. E sentir raiva é absolutamente normal; todo Espírito em evolução, em algum momento de sua trajetória sente raiva e mascará-la não é a solução. Mas a questão é reconhecê-la para poder administrar-se e usar da inteligência e do desenvolvimento que já conquistamos, para não responder de forma violenta.
Observar o que sente é uma excelente forma para o autoconhecimento, e saber que a raiva, a dor, a tristeza e até mesmo a alegria não são permanentes, nos torna mais naturais. Aliás, nada é fixo e perene.
Responder a uma situação desafiadora sem usar da raiva, requer um trabalho intelectual e uma vontade de amadurecer espiritualmente. Exercitando o quanto for possível, como consequência desenvolvemos a compaixão, resultado de alguma transformação e disciplinação mental.
E é bom relembrar que as pessoas são o que são e estão dando só o que podem dar até agora; inclusive nós mesmos!
O olhar proposto nesta reflexão em forma de texto, não é somente para o outro, pois muitas vezes esquecemos de nos observar, para descobrir como funcionamos e como reagimos diante das diversas situações.
As experiências e influências não existem para nos travar ou parar, e sim para nos transformar, dando impulsos de crescimento e renovação. São obstáculos a serem superados e com isso, evoluímos.
Assim sendo, identificar formas não violentas de reagir e responder, pede um tanto de lucidez, de boa vontade e de discernimento, pois estamos imersos em uma sociedade que nos impulsiona às formas violentas de pensar, falar e agir.
Permitir-se uma atitude responsável e coerente com seus propósitos, é uma forma de caminhar mais tranquilamente pela vida.
E também, de estimular os que convivem conosco, a encontrarem suas próprias características e caminhos.
Podemos entrar em uma sala e colocar um livro sobre a mesa. Da mesma forma, é possível entrar na mesma sala e jogar o livro sobre a mesa.
Podemos abrir a porta e não deixar ela bater e sorrir; também, podemos abrir a porta, batendo-a ao fechar e mostrar indiferença àquele que chega…
Você ouve sua voz? Percebe seus gestos? E seus passos?
Responder às questões com princípios não violentos pede uma transformação que começa no modo de pensar e sentir; depois chega no falar e no agir.
Observe saudavelmente, ou seja, sem condenações e críticas, os seus passos, a maneira como caminha, os seus gestos, como aborda as pessoas, as palavras que escolhe usar…
Observe-se!
Sinta o quanto e quando é capaz, dentro do seu coração, de acolher e tratar sem violência, aquelas pessoas que provocam sua agressividade, vendo-os como irmãos e semelhantes, criados por Deus, da mesma maneira que você.
Temos arbítrio para desenvolvermos recursos para o que nos convém, interessa e beneficia, seja alterando condutas ou mantendo-as como são.