Autora: Eugênia Pickina
O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade
Karl Mannheim
Nas férias de verão, no fim de janeiro, experimentávamos eu e meus irmãos um misto de alegria e medo diante da volta às aulas. Éramos convocados a nos habituar novamente à rotina da escola – acordar cedo, vestir uniforme, tomar um bom café da manhã e, mochila e lancheira organizadas, chegar à escola na hora exigida, porque na infância a pontualidade também precisa ser treinada.
Crescemos e os nossos filhos, que são crianças, sentem a mesma coisa…
Preparo e organização são exigidos dos pais para que os filhos pequenos consigam abraçar o ano letivo sem grandes conflitos.
De outra parte, os pais (ou o responsável pela criança) precisam lembrar que não há aprendizado sem motivação. Por isso, é inteligente insistir na comunicação diária sobre as atividades escolares, as relações com colegas e professores, incentivando o filho, e desde pequeno, a partilhar medos e receios. Identificar um problema ajuda a resolvê-lo. Além disso, estar atento aos progressos e às dificuldades, valorizando o esforço que a criança aplica na aprendizagem…
Se a escola contemporânea sedia um espaço substancial na vida das crianças, formando-as e transformando-as, precisa estar comprometida em garantir o direito à infância que toda criança tem. No entanto, a infância saudável precisa ser vivenciada em sua plenitude e, por isso, os pais, como responsáveis pelos filhos e legítimos parceiros da escola, necessitam manter-se conectados com o filho ou a filha e conscientes de suas necessidades.
Um pai presente colabora com a criança na volta às aulas. E mais: colabora principalmente pela afetividade, pois ele simplesmente sabe que a escola é o ambiente que o filho enfrenta sozinho. Isso é o tal preparo para a autonomia, para a vida.
O consolador – Ano 13 – N 655 – Cinco-marias