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William James

Reitor da Universidade de Harvard e filósofo mundialmente conhecido, nasceu a 11 de janeiro de 1842 em New York e faleceu a 26 de agosto de 1910 em Chocorua.

Colou grau de doutor em medicina na Lawrence Scientific School, em Harvard. Acompanhou Agassiz em sua expedição ao Amazonas, seguindo logo depois para a Alemanha, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos médicos. Sua primeira grande obra data de 1890: Princípios de Psicologia. Em 1898, na Universidade da Califórnia, formulou a teoria do pragmatismo.

Suas obras principais são:”Imortalidade Humana”, “As variedades de Experiência Religiosa”, “Universo Pluralístico”, ” O Significado da Verdade”, “Ensaios sobre o Empirismo Radical”.

Publicou ainda a obra “Etudes et Reflexions d’un Psychiste”, na qual afirma que, na Inglaterra, cerca de um adulto sobre dez vê fantasmas.

Nessa mesma obra, diz ele:

“Quando uma teoria vem, sem cessar, à discussão, todas as vezes que a crítica ortodoxa a enterra, ela reaparece cada vez mais sólida e mais dura de acutilar, e podereis estar certo de que nela há uma parte de verdade…”

“Muitas vezes a ciência matou os Espíritos, como uma das muitas superstições populares e, entretanto, nunca nos falaram deles com tanta abundância nem com tão grande aparência de autenticidade.”

Princípios de Psicologia

Em 1890, após 12 anos de escrita, William James publicou o livro Princípios de Psicologia, uma obra pioneira que combinava elementos de filosofia, fisiologia e psicologia. O livro abordou temas diversos como o fluxo de consciência (conceito introduzido por James), a vontade e as emoções. Embora inclua diferentes abordagens e métodos, James (influenciado por contemporâneos como Wilhelm Wundt e Gustav Theodor Fechner) declarou que Princípios de Psicologia é uma obra derivada do método da introspecção. Assim, o autor utiliza diferentes experiências próprias para ilustrar conceitos psicológicos, como a atenção e a consciência.

Um dos capítulos mais influentes dessa obra diz respeito às emoções. Nele, James expõe sua teoria – também associada a Carl Lange – que as emoções são consequências, e não causas, das reações fisiológicas associadas a ela: “O senso comum diz, nós perdemos algo, ficamos tristes e choramos; nós encontramos um urso, nos assustamos e corremos; somos insultados por um rival, ficamos bravos e atacamos. A hipótese a ser defendida aqui é que essa sequência está incorreta… que nós nos sentimos tristes porque choramos, bravos porque atacamos, e com medo porque trememos”. James defendia que é conceitualmente impossível imaginar uma emoção como a culpa sem suas claras consequências fisiológicas, como as lágrimas, dores no peito e falta de ar.

Variedades da Experiência Religiosa

Uma compilação de palestras de James sobre “Teologia Natural” resultou no livro As Variedades da Experiência Religiosa, publicado em 1902. Essa obra se ocupava de uma discussão sobre o lugar ocupado pelo sentimento religioso, frente ao crescente materialismo científico de sua época. O interesse de James não estava em religiões organizadas ou instituições, mas nos sentimentos e atos que cada um experienciava em sua relação com o que considerava divino. A obra aborda a singularidade das experiências místicas, mencionando que seu significado era pessoal e dificilmente transferível através de linguagem.

Para James, a experiência religiosa poderia levar a um estado de satisfação e contentamento, além de promover uma perspectiva mais alegre e otimista do mundo e do futuro. Por essa razão, considerou que o sentimento religioso pode ser útil, sendo mais uma dimensão da experiência humana. James começou a desenvolver nessa obra o sentido de verdade utilitária que seria exposto em mais detalhes em Pragmatismo. A experiência religiosa ou mística seria verdadeira enquanto ferramenta útil para determinados fins. Assim, o autor defende que a religião é um fenômeno real, no sentido que seu simbolismo evoca sentimentos e ações concretas, que não deveriam ser ignorados pela ciência.

Pragmatismo

A perspectiva filosófica exposta em Pragmatismo, de 1907, postula que as teorias científicas e filosóficas devem ser usadas como instrumentos a serem julgados por seus resultados ou fins. James argumenta que todas as teorias são apenas aproximações da realidade, e que portanto seria um erro considerá-las apenas por sua própria coerência interna. O autor argumenta que essa busca por coerência seria a posição racionalista, em que a busca de princípios e categorias platônicas se sobrepõe aos fatos e aos resultados. Em contraponto, James sugere que a veracidade de uma ideia deve ser considerada em um sentido instrumental, analisando os resultados produzidos por sua adoção.

Uma das consequências dessa visão utilitária da verdade é que fenômenos como a religião, que para James são ideias úteis, deveriam ser considerados verdadeiros se mostrassem bons resultados: “em princípios pragmáticos, se a hipótese de Deus funciona satisfatoriamente no sentido mais amplo da palavra, ela é verdadeira”. A filosofia do pragmatismo é, para James, um meio-termo entre o racionalismo e o empiricismo, sendo uma perspectiva aberta à investigação de qualquer hipótese, desde que essa seja capaz de se mostrar concretamente útil. A perspectiva pragmatista de James teve grande influência para o movimento funcionalista da psicologia.

Emoção

William James propôs uma teoria das emoções ao mesmo tempo que o fisiologista dinamarquês Carl Lange. Ambos trabalharam independentemente e, de acordo com esta teoria, conhecida por teoria emocional de James-Lange, os sentimentos, isto é, as sensações subjetivas das emoções são um produto do reconhecimento do cérebro cortical das demais reações fisiológicas e comportamentais desencadeadas no corpo por determinado evento ambiental (o estímulo emocional).

Lista de obras

  • The Subjective Effects of Nitrous Oxide (1882).
  • The Principles of Psychology, 2 vols. (1890) Dover Publications, 1950, vol. 1: ISBN 0-486-20381-6, vol. 2: ISBN 0-486-20382-4.
  • Psychology (Briefer Course) (1892) University of Notre Dame Press, 1985: ISBN 0-268-01557-0; Dover Publications, 2001: ISBN 0-486-41604-6.
  • The Will to Believe, and Other Essays in Popular Philosophy (1897).
  • A vontade de crer (1897) (tradução por Cecília Camargo Bartalotti) Loyola, 2001: ISBN 85-15-02252-4.
  • Human Immortality: Two Supposed Objections to the Doctrine (the Ingersoll Lecture, 1897).
  • Talks to Teachers on Psychology: and to Students on Some of Life’s Ideals (1899), Dover Publications 2001: ISBN 0-486-41964-9, IndyPublish.com 2005: ISBN 1-4219-5806-6.
  • The Varieties of Religious Experience: A Study in Human Nature (1902): ISBN 0-14-039034-0.
  • The Moral Equivalent of War (1906)
  • Pragmatism: A New Name for Some Old Ways of Thinking (1907), Hackett Publishing, 1981: ISBN 0-915145-05-7, Dover 1995: ISBN 0-486-28270-8.
  • A Pluralistic Universe (1909), Hibbert Lectures, University of Nebraska Press, 1996: ISBN 0-8032-7591-9.
  • The Meaning of Truth: A Sequel to “Pragmatism” (1909) Prometheus Books, 1997: ISBN 1-57392-138-6.
  • Some Problems of Philosophy: A Beginning of an Introduction to Philosophy (1911), University of Nebraska Press, 1996: ISBN 0-8032-7587-0
  • Memories and Studies (1911) Reprint Services Corp, 1992: ISBN 0-7812-3481-6.
  • Essays in Radical Empiricism (1912) Dover Publications, 2003: ISBN 0-486-43094-4.
  • Letters of William James, 2 vols. (1920).
  • Collected Essays and Reviews (1920).
  • Ralph Barton Perry, The Thought and Character of William James, 2 vols. (1935) Vanderbilt University Press, 1996 reprint: ISBN 0-8265-1279-8 (contém cerca de 500 cartas não encontradas em edições anteriores de Letters of William James).
  • William James on Psychical Research (1960).
  • The Correspondence of William James, 12 vols. (1992-2004) University of Virginia Press: ISBN 0-8139-2318-2.

Referências

ABC do Espiritismo de Victor Ribas Carneiro

Dicionário Prático de Biografias – Editora Amazonas Ltda.

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