Entrevistador: Luis M. Arnau
Conversa com a mãe de Luiz Sérgio, Dona Zilda Carvalho, um dos autores do mundo espiritual mais voltado para os conflitos do mundo jovem…
Luiz Sérgio tinha 23 anos quando veio a desencarnar em fevereiro de 1973. Vítima de acidente de carro em sua viagem pra São Paulo para assistir ao primeiro Grande Prêmio de F-1, jovem, cursava o oitavo semestre da Faculdade de Engeharia Eletrônica pela Universidade de Brasília (UnB).
Por falar muito depressa era conhecido, no meio social em que convivia, como Metralha. Era ligeiro e cheio de vida.
Luiz Sérgio Suas primeiras mensagens destinadas para a Família formaram o primeiro trabalho em livro conhecido como “O mundo que encontrei”, editato em 1976 e “Novas mensagens”, publicado em 1978. As obras de Luiz Sérgio sempre foram voltadas para os conflitos e dúvidas do universo jovem. E é neste contexto todo de sua história e suas obras que o FM! conversou com a mãe do autor, Dona Zilda, que você vê nas páginas a seguir.
Como foram as primeiras comunicações do espírito de seu filho Luiz Sérgio? E como a senhora o identificou nas mensagens?
As primeiras comunicações foram muito simples. A importância estava no fato do espírito Luiz Sérgio estar procurando meios de dizer que, de certa forma ele ainda se encontrava vivo. Embora não estivesse entendendo muito bem aquele fato. Sua ansiedade para comunicar-se era muito grande e tudo chegou a bom termo quando conseguiu enviar a primeira mensagem psicografada através de minha prima Alayde de Assumpção e Silva. A identificação foi muito fácil. O linguajar era todo dele, conforme costumava se expressar, falando ou escrevendo.
Como e quando surgiu a ideia de publicar livros do Luiz Sérgio?
A ideia de publicação das mensagens em livro ocorreu pelo interesse que as pessoas tiveram por elas. Isso ocorreu após a publicação das primeiras no Suplemento Azul do “Jornal dos Sports”, um encarte espírita, que trazia muitas informações e mensagens e era muito lida.
Qual o principal benefício destes livros para a população?
Considero os livros espíritas, em geral, muito benéficos para todas as pessoas. No caso dos livros de Luiz Sérgio, os assuntos variam sobremaneira. A sua forma de tratar os temas atuais, tão importantes para todos nós, é que fez aparecer na literatura espírita uma abordagem nova, diferente, com descontração, deixando entrever a alegria que sempre foi uma característica sua. O principal benefício trazido por esses livros, na minha forma de ver, foi levar a mensagem espírita a todos os níveis da população. Seu jeito simples de expor fatos e ensinamentos espirituais alcança todas as camadas sociais. Posso dizer isso pelas cartas que me são dirigidas.
Quais as maiores dificuldades para a publicação dos livros?
Em tempos idos, era muito difícil publicar um livro espírita por conta própria. E conosco não foi diferente. O autor era desconhecido no meio espírita e a médium também. Não foi fácil, mas conseguimos superar as dificuldades, colocando a público um livro de formato singelo. Entretanto, o conteúdo destacou-se. Após o êxito de “O Mundo que eu encontrei”, evidenciou-se que estávamos certos em dividir com todos aquelas mensagens. Daí em diante, as dificuldades foram aplainadas pelo empenho que ensejava cada publicação.
Existe dificuldades de aceitação destes livros na comunidade espírita?
Felizmente os livros são bem aceitos. Os assuntos relacionam-se ao quotidiano e as dificuldades enfrentadas por familiares que perderam seus filhos, ao despertamento de pais que veem seus filhos envolvidos com drogas ilícitas e muitos outros temas, tais como suicídio, aborto e “morte”. O que está sempre em evidência é o respeito à vida, tanto à vida física quanto à vida espiritual. Portanto, não acredito que alguém faça restrição às obras ao saber do seu conteúdo. Porém, se houver quem faça, é um direito que lhe assiste.
O que Luiz Sérgio conta sobre suas atividades no mundo espiritual?
Penso que as atividades atuais de Luiz Sérgio no mundo dos espíritos, deve ser muito diversificada e intensa. Inúmeros amigos ele conquistou, tanto entre os encarnados quanto desencarnados. Mas não tenho condições de dizer realmente o que faz e como o faz, porque ele não conta. Podemos deduzir que é muito intensa essa atividade.
Qual a importância dos livros de Luiz Sérgio para os jovens espíritas deste início de Terceiro Milênio?
Não só os livros de Luiz Sérgio, mas todos os livros que orientem e esclareçam os jovens sobre os perigos que os cercam atualmente e os conduzam a uma reflexão sobre a importância de se manterem afastados deles. Toda literatura sadia é bem-vinda.
Existe alguma curiosidade que a senhora gostaria de compartilhar com o “Fala Meu” em relação às comunicações de Luiz Sérgio?
Sim. É verdade que Luiz Sérgio já conquistou muitos corações com as suas mensagens e o seu jeito de ser, mas o interessante é que algumas meninas me chamam de “minha sogra”. Eu adoro, pois isso representa o carinho que elas sentem por ele.
O que as comunicações de Luiz Sérgio mudou na sua particular e na sua vida espírita?
Mesmo sendo espírita antes da ida de Luiz Sérgio para a Espiritualidade, muita coisa mudou em minha vida. Meu esposo e eu fomos envolvidos e assim toda a família. As lições que chegavam, as pessoas que se acercaram de nós, tudo isso, até hoje, nos envolve. Júlio desencarnou em 27/08/ 2007 e Luiz Sérgio me escreveu: “Papai está aqui comigo.” Quer coisa mais linda que esta?
Quais os livros que a senhora sugere para que os jovens comecem a conhecer a obra psicografada de Luiz Sérgio?
Eu diria que começassem “pelo começo”, isto é, “O Mundo que eu encontrei”, para que fossem acompanhando toda a evolução dele, os seus tropeços, as suas conquistas, a sua ”garra” de conquistar o seu pedaço, tudo com muita perseverança e o amor que ele tem em seu coração. Desculpem, meus amigos, agora extrapolei. Mas sei que ele foi e continua sendo o meu menino bom, alegre e esforçado.
Deixe uma mensagem para os jovens
A época é de muita reflexão, meus jovens. Atrativos mundanos sempre existiram e continuarão a existir, porque faz parte da sociedade em que se vive. Os jovens também precisam de momentos de descontração e lazer. O que é pernicioso para as suas vidas é que não pode ser agregado a elas. Quando o fracasso, as desilusões quiserem levá-los ao desencanto, lembrem-se de que somos todos Espíritos Eternos e que não há empecilho que não possa ser removido com a força interior que todos possuem. Sigam sempre o caminho do bem, da ética e da moral, para não desperdiçarem a oportunidade da reencarnação e que sejam o sustentáculo do futuro, que não está distante.
Gostaríamos muito de uma mensagem do nosso querido amigo Luiz Sérgio, para todos os jovens que leem este jornal. Seria possível este intercâmbio?
Permitam-me reproduzir aqui um texto publicado no “Informativo Dr. Eduardo Monteiro”, São Bernardo do Campo, de setembro de 2005, na coluna “Falando aos Jovens” n.41), psicografado por Elza Cândida Ferreira, em 01/08/2006:
“Alô, galera querida. enfim, chegou a primavera. Tempo de flores, de cores e de temperatura amena. depois do inverno cinzento, é muito bom contemplar a natureza, a paisagem florida e luminosa. A gente se enche de esperança ao observar a natureza festiva. Os raios solares, que purificam o ar, beneficiam também o corpo físico e por toda a parte fica evidente a grandiosidade do criador. Como ele é perfeito!
Já pensaram nisso? Criar tudo a partir do “nada”, posto que ainda não sabemos em que essência deus fundamentou a criação! A beleza que notamos ao redor, muito mais do que nos encher os olhos, deve nos remeter o pensamento ao poder de quem tudo vê, tudo sabe e tudo cria, desde sempre!
Deus se revela em suas obras, assim como nós, simples mortais, nos revelamos em nossos atos e em nossas criações mentais.
Pensamos o bem? – Somos bons.
Pensamos o mal? – Não somos tão bons quanto deveríamos.
Fomos gerados na simplicidade. Tivemos nosso espírito trabalhado por valores superiores há muitos séculos. Já deveríamos ter incorporado melhores atitudes, comportamentos mais racionais e equilibrados. Afinal, somos filhos de deus.
Que nos importam os modismos, se eles sempre passam e ficam ultrapassados em tempo recorde? Que nos importam as críticas e gozações da galera afeita ao mal, se a nossa consciência permanece tranquila quando praticamos o que é correto?
Ao inverno rigoroso e triste, podemos comparar os dias sombrios de nossa ignorância espiritual, quando ainda lutávamos para nos libertar das amarras dos instintos e nos firmar como seres pensantes, inteligentes e evoluídos. Cada estação do ano pode equivaler-se a uma fase de nossa existência, quando nos dedicamos também a semear, a erradicar as ervas daninhas, a produzir e colher os frutos.
A juventude se parece com a primavera: é toda colorida, alegre e festiva! Mas não pode tornar-se inconsequente. De seu equilíbrio depende o futuro da raça humana na fase adulta, época de produzir no campo político, científico, tecnológico, cultural…
Sem um bom preparo, sem botar a cabeça para funcionar, todo sonho vira uma ilusão: a frustração se fará presente no lugar da realização pessoal.
O verão, com o sol quente a bronzear a pele não se fará presente, nem o outono, rico de frutos saborosos, se fará sentir para uma juventude vazia, que não aproveitou bem o tempo para adquirir sabedoria.
Pensemos nisso, hoje e sempre!
Luiz Sérgio“
Fala MEU! Edição 71, ano 2009